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VITÓRIA CLARA DO PS

VITÓRIA CLARA DO PS

O PS alcançou uma grande vitória e o PSD uma grande derrota. Em relação a 2014, o PS sobe em todos os parâmetros: obteve mais mandatos e mais votos e alargou a diferença em relação ao PSD. Com exceção do distrito de Vila Real e da Região Autónoma da Madeira, o mapa eleitoral de Portugal é hoje expressivamente rosa. Embora tenha havido mais votantes que em 2014, a elevada abstenção (68,9%), muito superior à média europeia (49%), obriga a reflexão e medidas.

Opinião de:

PPUE 2021

A vitória de PS é ainda mais notável e a derrota da direita mais estrondosa, tendo em conta que muito raramente os partidos do governo ganham as eleições europeias. O PS ganhou-as no tempo de António Guterres (1999), com Mário Soares como cabeça de lista. Já lá vão vinte anos. O PSD ganhou-as há mais tempo ainda, era Cavaco Silva primeiro-ministro. Nunca como ontem, o PSD tinha tido um resultado tão baixo em eleições de âmbito nacional. Votação equivalente à baixeza dos ataques pessoais dirigidos por Paulo Rangel e Rui Rio a Pedro Marques. Para quem ufanamente apregoava ter “a vida facilitada”, porque o PS não tinha sido “particularmente feliz na escolha do seu cabeça de lista”, teve ontem uma resposta esclarecedora.

A Assunção Cristas sobrou em ambição o que lhe faltou em votos. A ambição de liderar a oposição e ser primeira-ministra acabou por resultar na assunção de uma derrota clamorosa, com o CDS a disputar o penúltimo lugar com o PAN. A radicalização e a torpeza do discurso de Nuno Melo ajudaram a afundar o sonho da líder.

A extrema-direita portuguesa, embalada pelos ventos europeus favoráveis a Salvini e Le Pen, espreitou e recolheu-se à espera de outra oportunidade. Marisa Matias, a única mulher cabeça de lista, melhorou o resultado de 2014 do Bloco de Esquerda, ficando, contudo, aquém do resultado das europeias de 2009 (10,7%). A CDU foi, em minha opinião, prejudicada pelo radicalismo de Mário Nogueira. Acabou por perder o voto dos que se sentiram comparativamente injustiçados e o dos professores que preferiam dois anos na mão que nove a voar.

A robustecida votação no PS dá mais força a António Costa para continuar a melhorar a vida das pessoas, a cumprir a alternativa e a consolidar a esperança. Força aos nossos eurodeputados para defenderem na Europa as políticas que estão a ser executadas em Portugal e combaterem os nacionalismos, o populismo e a xenofobia. Força ao governo para continuar a cumprir os compromissos com as portuguesas e os portugueses e o acordado com os partidos da esquerda parlamentar, sem pôr em causa o equilíbrio das contas públicas e as responsabilidades internacionais do país. Força para defendermos o projeto europeu e apoiarmos um novo contrato social para a Europa assente numa agenda social, numa agenda de crescimento e emprego e numa agenda para a inovação e a sustentabilidade. Força para continuarmos a construir um país para todos, com mais crescimento, melhor emprego e mais igualdade.