Visitas ao interior servem para fazer o papel que a oposição não faz
“É importante saber que a economia está a crescer, que o desemprego está a diminuir, que o emprego está a aumentar, que o investimento por parte do setor privado ganha grande impulso e confiança, que o investimento público está a ser relançado, mas para nós também é fundamental que haja um equilíbrio maior na forma como esses benefícios ocorrem, como esses indicadores positivos surgem”, disse Carlos César aos jornalistas, após ter visitado a escola de formação da GNR e a Pousada da Juventude de Portalegre, no âmbito das Jornadas de Proximidade que o Grupo Parlamentar está a realizar desde ontem no distrito.
Carlos César justificou o empenho do PS nestas visitas às regiões do interior, como as que já se realizaram a Vila Real, Bragança, Évora e Beja, como forma de sensibilizar o Governo para as prioridades locais de investimento, através de “apelos e propostas que têm sido concretizadas”.
“É muito importante que as políticas do Governo que correspondem a uma nova atenção em relação às regiões do interior tenham uma maior efetividade no plano das acessibilidades, no plano da fiscalidade, no plano dos serviços”, afirmou.
Recordando que Portalegre é uma região que ao longo dos últimos 25 anos perdeu 20% da sua população, Carlos César defendeu a importância de investimentos e reativação de serviços no distrito para “travar essa sangria”, através de “critérios de fixação e valorização das comunidades do interior”, servindo a presença dos deputados “para chamar a atenção para essa necessidade e também para dar conta de investimentos que estão a ser realizados”.
Apontando o exemplo da Pousada da Juventude, o líder parlamentar do PS destacou a importância do diálogo do Governo com o instituto politécnico para o alojamento de estudantes naquele local, considerando que é com este tipo de investimentos que se podem “valorizar as regiões do interior”.
Contudo, para Carlos César também nas acessibilidades “é preciso fazer algo mais do que aquilo que está feito e que está programado”, defendendo que o Programa Nacional de Investimentos deve consagrar uma dimensão significativa de investimentos no interior, incluindo o caso de Portalegre.
O líder da bancada socialista destacou ainda a importância de o Governo conseguir atrair investimentos, sobretudo privados, mas também estrangeiros, para uma região com “um enorme potencial do ponto de vista turístico”.
“Nós estivemos, por exemplo, no Convento de São Bernardo, onde atualmente funciona a escola da formação da GNR. Com a transferência dessa escola para outra área, que é um investimento previsto de 14 milhões de euros, aquele convento ficará livre para uma utilização, tendo em conta que é monumento nacional, uma construção do século XVI que já teve fins múltiplos a partir do seculo XVIII, que pode facilmente ser adaptado com grande brilho e qualidade para um empreendimento turístico que seja referencial do distrito de Portalegre”, exemplificou.
“Há efetivamente regiões deprimidas, uma delas é sem dúvida o distrito de Portalegre”, admitiu Carlos César, ressalvando que a “grande virtude” das políticas para o interior é a compreensão do Governo “de que é preciso tornar o Portugal inteiro beneficiário do crescimento que está a ocorrer”.
Por isso, assegurou o líder parlamentar, no âmbito do “diálogo contínuo com o Governo”, também no final destas Jornadas de Proximidade será elaborado pelos parlamentares socialistas um relatório “com propostas e criticas”, que será enviado aos respetivos responsáveis pelas áreas de governação, fazendo o PS “o papel que a oposição não faz”.
Ação do Governo é “um sucesso” que os partidos não podem deixar de reconhecer
No primeiro dia das jornadas, em Nisa, Carlos César sustentou que os resultados do Governo são “um sucesso” que, “quer queiram quer não queiram, os outros partidos não podem deixar de reconhecer”.
O líder parlamentar e presidente do partido falava durante o jantar com militantes e deputados, que decorreu em Alpalhão, tendo destacado, entre as marcas da atual legislatura, a quebra do desemprego, principalmente entre os jovens, e o trabalho do Executivo para reduzir as desigualdades no país.
Assim, Carlos César aconselhou os eleitores a pensarem de uma só vez, no dia das eleições europeias, a 26 de maio, se consideram se “vale a pena ou não dar força à governação do PS” e se não valerá a pena “dar força ao PS na Europa”.
Esta legislatura “será indiretamente sufragada nas europeias”, defendeu o presidente do Grupo Parlamentar do PS. “Tivemos o dobro do trabalho” na legislatura que está quase no fim, “porque tivemos que trabalhar, como é nossa obrigação, com aqueles que se nos opõem e tivemos que trabalhar, às vezes muito penosamente, com aqueles que nos dizem apoiar”, recordou.
Apesar de todo o trabalho, os socialistas estão “muito orgulhosos” dos resultados da ação do Governo durante estes quatro anos, garantiu.
Durante o jantar, Carlos César pediu ainda aos militantes que “não se perturbem com os ataques” que são feitos aos socialistas, “vindos de todos os lados, como é próprio de um tempo pré-eleitoral”.
E agradeceu a todos os militantes presentes no jantar, “jovens, mulheres, homens, casais e famílias”, porque “os socialistas quando vão a um comício, só para dizer que não trazem as famílias, não deixam a mulher ou o homem em casa” e “vêm todos”.