De acordo com a socialista, que encerrava o debate em que se discutiu um projeto de resolução do PS, esta vinculação iria reforçar “o valor do interculturalismo e multilinguismo, concordando todos que tal não deve ser feito em detrimento das línguas oficiais no espírito do Conselho da Europa”.
Berta Nunes lembrou que “só a partir do século XX o Estado português reconheceu oficialmente os direitos dos falantes da língua mirandesa”.
“Durante mais de mil anos, o povo do planalto mirandês dos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso foi capaz de preservar a língua mirandesa e passá-la de geração em geração”, vincou.
Ora, com o reconhecimento da língua mirandesa pelo Estado português no ano de 1999, observou-se “uma valorização da língua e o aparecimento de promotores e ativistas”, indicou a deputada.
A vice-presidente da bancada socialista salientou que, “na perspetiva dos falantes, falar a língua deixou de ser motivo de vergonha para passar a ser motivo de orgulho”.
Berta Nunes apontou, no final da sua intervenção, uma curiosidade: “Há cada vez mais publicações originalmente em mirandês, ou traduções de obras para o mirandês, o que faz com que Miranda do Douro seja o concelho em que mais livros se editam per capita”.