O Teatro Municipal de Vila Real, em Trás-os-Montes, foi pequeno para acolher ontem à noite os muitos militantes e simpatizantes do PS que ali quiseram ouvir o Secretário-geral socialista, o cabeça de lista por este círculo eleitoral, Francisco Rocha, o presidente da concelhia, José Silva, e o mandatário distrital, Rui Santos, com António Costa a prometer que o PS não se vai deixar derrotar numas eleições que não provocou, mas que está preparado para as vencer.
Depois de reconhecer que o caminho se faz caminhando, e que há ainda um longo percurso a palmilhar, o líder socialista destacou o longo período de combate à Covid-19, em que, como assinalou, “se houve alguma coisa que todos aprendemos é que governar tem de significar unir e mobilizar coletivamente o país, falando com todos”, lembrando que esta foi uma pandemia que levantou um conjunto de problemas inesperados também à economia, setor “que precisou de muitos apoios”, lamentando uma vez mais que os restantes partidos políticos tivessem escolhido precisamente uma altura tão difícil como esta para “criar uma crise política”.
Uma crise que o Governo não procurou e muito menos provocou, garante António Costa, apontando responsabilidades diretas nesta matéria aos partidos à esquerda do PS, que ao chumbarem o OE, como salientou, “deixaram o PS e o Governo socialista a meio caminho”. Nada que impeça, contudo, como também referiu, que na próxima legislatura “não façamos mais e melhor”, designadamente avançando com medidas para “uma nova geração de políticas de habitação”, mas também “com a redução do IRS para as famílias com filhos e com a gratuitidade dos manuais escolares”.
Segurar a geração mais qualificada
Outro dos tópicos abordados pelo Secretário-geral do PS, teve a ver com o que considera ser o “grande desígnio” que o país enfrenta nos próximos anos, que terá de passar, como aludiu, pela criação de condições para que “a geração mais qualificada de sempre se torne também a geração mais realizada de sempre em território nacional”. Lembrando, a este propósito, o conjunto de iniciativas já lançadas pelo Governo do PS destinadas aos jovens, tendo em vista “criar condições para melhorar o seu rendimento”, António Costa destacou, entre outras, as medidas relacionadas com o IRS jovem, em que se prevê a “isenção de 30% do rendimento nos dois primeiros anos de atividade, 20% no terceiro e quarto ano e 10% no quinto ano de atividade”.
António Costa fez ainda questão de se referir especificamente aos jovens que hoje estão emigrados e a viver no estrangeiro, garantindo que o Governo do PS, sobre esta matéria, tem uma opinião diametralmente oposta à tese defendida pela direita, que em tempos aconselhou os jovens, mas também os professores, a emigrarem caso não encontrassem trabalho em Portugal, reafirmando que para o PS, pelo contrário, o importante é que “fiquem no país e que aqui construam o vosso futuro, ajudando a construir o futuro do nosso país”.
Neste sentido, o também primeiro-ministro voltou a garantir que o Governo do PS tudo fará para que os jovens que emigraram possam regressar de forma segura ao país, garantindo, desde logo, a isenção de imposto, “durante os primeiros anos que residam em Portugal”, de “50% do seu vencimento”, por forma a terem aqui, como salientou, “as mesmas condições que têm tido nos países onde tiveram de ir encontrar o seu trabalho”.