Em Vila Real, ao lado de Rui Santos, o líder socialista, destacou a questão do desafio demográfico, incentivando os jovens que emigraram a regressar a Portugal e, em particular, para as regiões do Interior.
“Agora que estamos a virar a página da pandemia, agora que começamos a caminhar para a normalidade e graças à vacinação a ter a pandemia controlada e agora que circulação à escala global se começa a retomar, é mesmo a altura de dizermos de novo aos jovens que partiram voltem porque são muito bem-vindos”, afirmou, lembrando que é no território do interior que “o esforço demográfico é mais necessário” e para o que foi desenhado o programa Regressar.
Neste sentido, António Costa sublinhou que o programa será alargado, aprofundado e melhorado, “apoiando todos aqueles que tiveram que partir, sobretudo nos últimos anos, e que querem agora voltar”, lembrando que este é um desafio também para a nova centralidade peninsular que os territórios do interior podem assumir.
“Se este desafio da demografia é um desafio geral a todo o país, obviamente coloca-se com maior intensidade nas zonas de baixa densidade e nos territórios do Interior e das regiões de fronteira e, por isso o esforço aqui tem que ser um esforço mais acrescido e esse esforço passa, em primeiro lugar, por nós cumprirmos aquele objetivo que definimos em 2015 e que é transformar as regiões de fronteira em novas centralidades no espaço ibérico”, salientou, lembrando que, pela primeira vez, depois de quatro décadas de participação conjunta na União Europeia, Portugal e Espanha “apresentar-se-ão em Bruxelas com um programa comum para desenvolvimento de toda a região de fronteira” entre os dois países.
António Costa salientou, ainda, que é preciso continuar a atrair as empresas para o Interior, “criando condições para tornar o IRC mais atrativo nestas regiões, prosseguir o esforço para ir reduzindo as portagens nestes territórios”, frisando que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “prevê exclusivamente para as regiões do Interior um forte investimento nas áreas de localização empresarial”.
Lembrou também que foram criados cerca de 3.000 postos de trabalho “altamente qualificados”, dos 3.800 inicialmente previstos no programa ‘Mais Coeso Emprego’, sublinhando que este plano está a ser reforçado “para criar mais 20.000 postos de trabalho altamente qualificados no Interior até 2023”.
Usar a ‘bazuca’ europeia para assegurar um território coeso
Antes da presença na capital de distrito, António Costa esteve em Chaves, ao lado do autarca e candidato do PS a um novo mandato, Nuno Vaz, onde realçou o exemplo do concelho na criação de oferta de ensino superior, com a parceria estabelecida com o Instituto Politécnico de Bragança para a instalação da Escola Superior de Hotelaria e Bem Estar, mas também do centro de investigação AquaValor, um laboratório colaborativo.
“É uma oportunidade extraordinária para conhecermos todas as qualidades da água termal que nasce em Chaves mas também o potencial da geotermia para o desenvolvimento do Alto Tâmega, do distrito de Vila Real e de todo o nordeste de Portugal”, referiu.
António Costa reiterou a ambição que os territórios de baixa densidade devem assumir na atração de empresas, para a qual muito irá contribuir a instalação de redes móveis de quinta geração (5G), de forma a garantir que não exista “um país a duas velocidades”.
“O PRR só permite, nas regiões do interior, que haja investimento nas áreas de localização empresarial e que haja esse investimento para poder ajudar a atrair as empresas”, apontou o líder do PS, acrescentando que “temos de ter os fundos comunitários necessários para dotar as regiões do interior e os territórios de baixa densidade com as mesmas condições, para criarem as oportunidades para que as empresas se possam instalar nas mesmas condições de conectividade que teriam se instalassem no litoral”.