Vieira da Silva: Conflito que levou à greve dos motoristas é “dificilmente compreensível”
“É muito claro, penso que para a maioria dos portugueses, que o conflito laboral que uma parte dos sindicatos desse setor decidiu marcar para 12 de agosto por relação a divergências salariais para o ano de 2021 e 2022 cria uma situação dificilmente compreensível”, disse o ministro aos jornalistas, à margem de uma conferência em Lisboa sobre os 45 anos do salário mínimo nacional.
“Todos compreendemos que haja conflitos, haja greves quando se está a discutir o contrato coletivo para os próximos meses, para o próximo ano”, salientou o ministro.
Porém, continuou, “quando aparentemente há acordo para 2019 e 2020, estar-se a desencadear uma greve com consequências muito pesadas para a generalidade dos portugueses, para a economia portuguesa, tendo em atenção o momento em que vivemos e por aí fora, julgo que deve levar a todos a uma reflexão muito profunda, porque o que está em causa é também a credibilidade do movimento sindical”.
Vieira da Silva sublinhou que o Governo está a acompanhar “com toda a atenção” a negociação que decorre esta tarde entre os dois sindicatos independentes de motoristas que marcaram a greve e a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) na Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) sobre a fixação dos serviços mínimos.
Porém, lembrou que a palavra final cabe ao Governo, no caso de não haver acordo sobre a definição dos serviços mínimos. Os sindicatos Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e o Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) propõem 25% em todo o país e as empresas 70%.
“Recomendo muita cautela a propósito destas negociações e que todos tenham consciência de que estão aqui em causa valores muito significativos para a sociedade portuguesa”, acrescentou o governante.