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Vencer em pista própria

Vencer em pista própria

Como membro integrante da União Europeia e da Zona Euro e subscritor dos Tratados que as estruturam, Portugal, sem prejuízo de se bater pela sua alteração, tem que respeitar os compromissos assumidos e as metas traçadas.

Opinião de:

Vencer em pista própria

A forma de atingir essas metas exige inteligência, inovação, criatividade e exploração das características diferenciadoras do País e da sua economia, tendo em conta que no “business as usual” sofremos de desvantagens estruturais que dificilmente poderão ser corrigidas. 

É determinante combater as desvantagens estruturais usando o potencial de que dispomos. Usarei dois exemplos para ilustrar o que acabei de afirmar.

 Em primeiro lugar temos que continuar a combater a desvantagem estrutural da localização periférica em relação a alguns dos nossos principais mercados, em particular aos mercados europeus, com a continuação da aposta numa modernização acelerada do nosso tecido empresarial e económico.

A aposta no desenvolvimento de núcleos de excelência capazes de integrar as cadeias de valor globais, permitem, no novo contexto da indústria e dos serviços colaborativos, reduzir drasticamente esse efeito periferia e gerar novas centralidades.

 Neste quadro a aposta integrada, que o Governo tem vindo a fazer para dinamizar o surgimento de “start ups” e promover o empreendedorismo na criação de novas empresas e na modernização das empresas existentes, permitirá também atrair investimento externo de grupos estabelecidos, que querem estar junto dos territórios onde, nas suas áreas de especialização, se define em cada momento a fronteira tecnológica.

 O segundo exemplo radica na resposta à permanente exigência de cortes na despesa por parte de algumas agências e instituições internacionais. 

O que o País precisa não é de fazer cortes cegos que destroem capital social e não resolvem nenhum problema estrutural. Deve antes introduzir alterações de processos, hoje facilitadas pelas novas plataformas tecnológicas de suporte, que permitam disponibilizar melhores serviços públicos, com um balanceamento financeiro mais favorável.

Na política e na economia temos de continuar a ousar inovar, fazer diferente e gerar confiança. O resultado da prática subserviente do Governo PSD/PP é conhecido. Foi um fracasso que o povo português pagou e continua a pagar com enorme sacrifício.   Temos que definir o nosso caminho e não aplicar de forma acrítica as receitas alheias. Vencer em pista própria.