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Vasco Cordeiro: “PS é a alternativa de progresso e de futuro para os Açores”

Vasco Cordeiro: “PS é a alternativa de progresso e de futuro para os Açores”

No dia em que o PS dos Açores votou contra o Programa de Governo apresentado pela coligação de direita, aprovado apenas com os votos do PSD, CDS e PPM, o Ação Socialista entrevistou o presidente dos socialistas açorianos. Traçando um retrato de um governo cada vez mais isolado e dependente da extrema-direita, Vasco Cordeiro projeta a tarefa que o PS tem pela frente, indo ao encontro da confiança dos açorianos: devolver “o progresso e o futuro” à Região.

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Vasco Cordeiro

O debate do programa apresentado pelo Governo Regional, que teve lugar nestes últimos dias na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, evidenciou as diferenças políticas entre as prioridades da direita e as prioridades dos socialistas para a Região, bem como a distância entre as intenções proclamadas pelos partidos da direita e as suas capacidades para as concretizarem. Neste contexto, como é que o presidente do PS/Açores faz a leitura das principais linhas de força do debate e do que ele permite antever para o futuro desta governação?

A primeira ideia que se evidenciou no debate sobre o Programa do XIV Governo Regional é que esse foi mais um exercício de justificação das opções passadas do XIII Governo, do que a projeção das soluções para o futuro dos Açores.

Em segundo lugar, ressalta a evidência que, do ponto de vista parlamentar, hoje são menos os partidos que dão um voto favorável ao Programa do Governo da Coligação do que aqueles que deram em 2020. Hoje, apenas 3 partidos votaram a favor do Programa do XIV Governo, ao invés dos 5 que o fizeram em 2020. Dito de outra forma, são mais os partidos que não acreditam nesse Programa – uns pela abstenção e outros pelo voto contra – do que aqueles que nele acreditam.

Em terceiro lugar, confirmou-se que o Governo Regional do PSD, do CDS e do PPM está, claramente, nas mãos da extrema-direita do Chega. Este facto condiciona não só o Governo, mas, e esta é circunstância também ela politicamente bastante relevante, amarra esse partido às políticas e às consequências desta governação.

Em suma, o PSD, o CDS e o PPM estão a colher aquilo que semearam: um Governo com menos condições de estabilidade do que antes e mais dependente da extrema-direita. Um Governo que, surpreendentemente, ou talvez não tanto, se assume como um Governo de fação «não socialista» e que, assim, fecha as portas ao diálogo. Por tudo isto, é um Governo Regional cuja principal preocupação é a sua sobrevivência política e não o futuro dos Açores.

Observando a vida política dos Açores, fica-se com a ideia de que a atual maioria de direita procura encontrar um cimento político, não tanto na força de um programa próprio sólido e bem pensado, mas numa certa teatralização do antagonismo com o PS, o que até é estranho num governo minoritário. Como é que o PS, como grande partido democrático, se posiciona neste quadro face ao futuro?

O PS posiciona-se, desde logo, como a alternativa democrática, de liberdade, de progresso e de futuro. Como se comprovou neste debate, o Governo Regional e os partidos que o suportam preocupam-se mais com o Partido Socialista e comigo do que com os Açores e com os açorianos.

A nossa preocupação – e é por ela que norteamos a nossa ação – é a lealdade ao mandato que recebemos dos açorianos para ser alternativa a este Governo. Na procura de soluções para o futuro da nossa Região, seja no domínio da coesão social, territorial e económica, seja na defesa e promoção de uma Autonomia pujante e capaz, seja, por último, no enfrentar do desafio da demografia, reconhecendo-o e dando-lhe resposta, como condição de sustentabilidade da nossa Região e da nossa Autonomia.

A visão própria dos socialistas para o futuro dos Açores, e para melhorar a vida dos açorianos, é, claro, aquilo que orienta a respetiva ação política, muito para além do imediato. Neste sentido, quais serão nos próximos tempos as grandes prioridades dos socialistas açorianos para a Região?

Há, desde logo a nível interno, o processo de realização do Congresso Regional e de renovação do mandato democrático dos órgãos do PS/Açores. Para além disso, o PS está, naturalmente, empenhado nas eleições europeias e nas eleições autárquicas.

Transversalmente a estes momentos, temos a vontade, constante e determinada, de fazer crescer a confiança dos açorianos no projeto do PS, de forma a recuperar as condições para a realização de um futuro sustentável, de coesão e progressista na Região Autónoma dos Açores.

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