Vasco Cordeiro, que falava na ilha Graciosa, na abertura das jornadas parlamentares do PS/Açores, sublinhou que esta é uma “questão incómoda para o Governo Regional”, à qual este “se recusa a responder”, especificando estarem em causa “68 milhões esquecidos no furacão Lorenzo, 125 milhões entregues alegremente por este Governo Regional ao Banco de Fomento sem que os açorianos até agora tenham visto um cêntimo desse dinheiro, 117 milhões que deixaram de estar ao serviço das empresas dos Açores nas áreas previstas nas agendas mobilizadoras e 140 milhões de euros de receitas fiscais de que o Governo prescindiu”.
“Sobre estes 450 milhões, da parte do Governo Regional [e dos partidos que o suportam], reina e impera um “silêncio ensurdecedor” que “grita incúria, desmazelo, incompetência e irreflexão”, denunciou.
Vasco Cordeiro frisou, igualmente, que em 2020 os Açores eram, a par da Madeira, a “região do país que tinha a melhor taxa de execução de fundos comunitários no âmbito do respetivo Programa Operacional, o Açores 2020”, alertando que em abril de 2023, relativamente ao mesmo programa, os Açores “caíram para a 5ª posição nacional” e que “piores do que nós em execução de fundos comunitários, estão apenas duas outras regiões do continente”.
“Em pouco mais de dois anos deste Governo Regional do PSD, do CDS e do PPM, acolitados pelo Chega e pelo Iniciativa Liberal, os Açores deixaram de ser a região do país com a melhor taxa de execução de fundos comunitários, para ser uma das piores, o que afeta negativamente a vida dos açorianos”, reforçou.
O presidente do PS/Açores considerou que os efeitos da Covid-19 e da guerra na Ucrânia “não são justificação para este descalabro”, porque não explicam os motivos que levam os Açores a ser a Região do país que “piora a execução de fundos comunitários”.
“Se os motivos para a quebra de execução de fundos comunitários fossem a guerra e a pandemia, a Madeira também não deveria ter sido afetada? Onde está o Governo Regional para explicar, com verdade e sem subterfúgios, as razões do prejuízo que a sua ação (e inação) está a causar à nossa Região? Quem neste Governo Regional assume a responsabilidade pelo facto de os Açores perderem fundos comunitários?”, questionou.
Vasco Cordeiro recordou que o Governo Regional “não consegue explicar o que fez aos 84 milhões de euros recebidos em 2021 e 2022 como adiantamentos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) mas que não foram investidos em medidas do PRR, conforme evidencia o Tribunal de Contas, bem como o próprio Conselho Económico e Social dos Açores (CESA), que tem feito várias críticas à gestão e fraca execução dos fundos comunitários nos Açores”.
“O PS/Açores, nesta e noutras lutas, está, como sempre esteve: ao lado dos Açores dos açorianos. Temos de estar atentos e vigilantes face aos centralistas confessos de lá e aos autonomistas de fachada de cá”, finalizou o líder dos socialistas açorianos.