No final do encontro, Vasco Cordeiro salientou que a reunião constituiu “uma oportunidade para debater as principais prioridades da Comissão Europeia e do Comité das Regiões, e a forma como podemos, em conjunto, reforçar a ligação entre as políticas da UE e as realidades no terreno, nos municípios e nas regiões”.
“Os desafios para a implementação das políticas da UE, mas também a inovação que está a acontecer ao nível local e regional, merecem grande atenção de todas as instituições da UE. No que respeita aos objetivos de longo prazo, como a coesão económica e social e a sustentabilidade, manifestei a minha preocupação com as crescentes disparidades entre os nossos territórios”, disse o também líder socialista açoriano.
Vasco Cordeiro destacou que a atual proposta de revisão intercalar do orçamento de longo prazo da UE (2021-2027) “inclui muitos aspetos positivos, como o Mecanismo de Apoio à Ucrânia, mas também levanta a questão das consequências para os municípios e regiões, se os fundos de coesão forem redistribuídos e recentralizados”.
“O Comité das Regiões iniciou o debate sobre o que é necessário fazer para dar um novo impulso à Política de Coesão. Juntamente com a Comissão Europeia, temos de avaliar de que forma esta política comunitária pode continuar a ser a política de investimento de longo prazo da UE, sendo, em simultâneo, suficientemente flexível para acudir às novas necessidades emergentes”, observou.
Reconstrução sustentável das regiões e cidades da Ucrânia
Na agenda do encontro esteve também o apoio do Comité das Regiões Europeu à reconstrução sustentável das regiões e cidades da Ucrânia, assim como o papel crucial que pode desempenhar na assistência aos milhões de ucranianos deslocados.
“Partilhei igualmente com a presidente Von Der Leyen que os órgãos de poder local e regional deveriam ter um papel ainda mais ativo na reconstrução e no processo de descentralização da Ucrânia, através, por exemplo, de um reforço concreto das suas capacidades para ajudar neste processo”, apontou.
No encontro, Vasco Cordeiro teve ainda ocasião para, na qualidade de presidente do Comité das Regiões, sublinhar “o empenho da nossa Assembleia em fazer das próximas eleições europeias um exercício democrático bem-sucedido em todo o continente”.
“Os membros do Comité das Regiões estarão em contacto próximo com os seus cidadãos e não se dirigirão apenas aos suspeitos do costume, mas a todas as regiões, pequenas aldeias e regiões remotas”, afirmou.
Por último, Vasco Cordeiro destacou também uma referência específica às Regiões Ultraperiféricas, entre as quais os Açores, tendo sublinhado “o papel crucial” que as mesmas podem desempenhar “para ajudar a União Europeia a ultrapassar alguns desafios” com que está confrontada, seja “no ambiente, na oceanografia, na investigação, sem esquecer os setores tradicionais da agricultura e pescas”.