Reagindo a uma comunicação do Governo dos Açores, no Parlamento Regional, Vasco Cordeiro destacou que “há assuntos que afligem as famílias e as empresas açorianas aos quais o Governo Regional não está a dar resposta”, mostrando-se “desligado da realidade”, ao não reconhecer aquilo que é “dito que nas ruas da nossa Região”.
O também líder parlamentar dos socialistas entende que a tarifa Açores e a redução fiscal, que aconteceu já há algum tempo, “não são as respostas” necessárias para a “gravíssima situação financeira” que se vive.
“O que os açorianos gostariam de saber, para além das medidas que o Governo da República decidiu e que se aplicam nos Açores – e muito bem –, era quais são as medidas que o Governo Regional tem pensadas, planeadas ou já em execução e que vão mais além, que ajudem mais as famílias açorianas”, frisou.
“Os custos de juros e empréstimos aumentaram, eu acho que isso merece uma resposta”, afirmou o líder parlamentar do PS.
Vasco Cordeiro salientou que a medida criada pelo Governo dos Açores para a apoiar a subida dos créditos à habitação é “mais restritiva do que a medida nacional”, dando o exemplo de um casal que ganhe 1.400 euros por mês, de forma combinada, que “só consegue usufruir do apoio do GRA se a despesa com o crédito à habitação ascender a 700 euros”.
Noutra frente, o presidente do PS/Açores lembrou que as empresas da Região “tiveram um aumento na sua fatura elétrica na ordem dos 60%”, e que o Governo já anunciou que não está pensado um apoio regional e que está a sensibilizar as entidades nacionais para esta situação, defendendo que o executivo regional “deveria fazer mais”.
“Os fenómenos de indigência, de exclusão social, das dependências agravam-se não apenas nos indicadores do INE mas nas ruas dos principais centros urbanos dos Açores”, realçou o socialista.
Vasco Cordeiro contrariou, também, a narrativa do Governo Regional de que a agricultura “está a recuperar”, lembrando que neste mês o preço do leite pago ao produtor “já baixou 5 cêntimos por litro”.
O presidente do PS/Açores alertou ainda que os dados mais recentes apontam que a Região “corre o risco de perder fundos comunitários no PO 2030”, realçando que “desde março que estão aprovados os regulamentos nacionais e nós cá ainda não abrimos nenhum anúncio”.
“Onde é que está o sistema de incentivos que possa ajudar as empresas?”, questionou Vasco Cordeiro, manifestando, igualmente, a sua preocupação por o Produto Interno Bruto (PIB) dos Açores, ou seja a riqueza que produzida na Região, ter “recuado para níveis de 1998”.
“Não contesto que o Governo da coligação e as bancadas que o suportam salientem os méritos políticos da questão da tarifa Açores e da redução fiscal. O que contesto e lamento é que o Governo não tenha tido uma palavra em relação aquilo que as famílias e as empresas açorianas sentem neste momento como questões que as preocupam e que dificultam a vida dos açorianos. Os açorianos necessitam de mais e melhor”, finalizou o residente do PS/Açores.