Ao discursar, ontem, na aula magna do Politécnico de Viseu, durante o comício de campanha para as Legislativas de 18 de maio, o Secretário-Geral do PS exortou Luís Montenegro a “deixar o sistema público de pensões em paz”.
Perante uma casa plena de militantes e simpatizantes, o líder socialista passou em revista as principais medidas do programa eleitoral do PS, que visam “dar segurança aos portugueses”.
“O PS não precisa, como a AD, de pôr uma máscara para enganar os pensionistas. Os nossos mais velhos sabem que podem confiar no PS”, sustentou, garantindo a determinação socialista em “continuar a valorizar as pensões, sobretudo as mais baixas”.
O líder socialista referiu que esta tem sido, de resto, a orientação da ação política do Partido, quer na governação, quer na oposição, reiterando o compromisso de “aumentar sempre que possível as pensões acima do que a lei prevê”.
“Vamos também dar segurança aos nossos idosos, a segurança de que vamos proteger o sistema público de pensões contra o velho sonho da direita de o privatizar”, garantiu.
E avisou Montenegro para não meter as mãos no sistema público de pensões, reforçando também críticas perante “a promiscuidade entre a vida profissional e a carreira política” do primeiro-ministro ao afirmar que a situação “enche o horizonte de nuvens cinzentas que um dia podem bem transformar-se numa tempestade”.
Depois, Pedro Nuno Santos defendeu que “o país precisa de um novo Governo”, uma vez que o executivo da AD chefiado por Luís Montenegro “vive de truques” e não tem visão estratégica para Portugal.
“Qualquer ideia para o país tem de começar pela economia”, apontou então, frisando que um sistema económico moderno “não faz borlas fiscais para quem não precisa, como a direita defende”.
Empenhado também em dar “segurança nas ruas e no poder de compra”, porque “a vida está cara”, o Secretário-Geral socialista prometeu que um futuro Governo do PS irá reduzir o custo de vida das famílias portuguesas com uma redução de impostos.
Mas, como “não há segurança sem uma casa para viver”, voltou a defender a proposta socialista de usar parte dos dividendos da Caixa Geral de Depósitos para financiar a construção pelas autarquias.
“Segurança na habitação, no acesso à saúde, no poder de compra. Sobre estas bases seguras podemos aproveitar oportunidades para crescer, aprender e progredir”, enfatizou, garantindo ainda que “só com o PS no Governo é que os salários sobem a sério”.
AD e Montenegro estão a travar o país
No capítulo da ética na ação política, o líder do PS advogou pelo primado da verdade e da transparência e censurou o primeiro-ministro por andar “a ziguezaguear” principalmente nos últimos dois meses.
“Eu estou aqui inteiro, transparente, com qualidades e defeitos, forças e fraquezas como todos, mas transparente, sem nunca enganar ninguém, sem evitar escrutínio, sem me esconder dos portugueses. Comigo não há ziguezagues”, assegurou, reagindo a uma publicação “de um comentador” que, sobre o chefe do executivo de direita, “dizia que no início era uma empresa familiar para gerir terrenos agrícolas, zigue”, e “a seguir era uma empresa de proteção de dados, zague”.
“Depois, fazia a reestruturação de gasolineiras, zigue. Mais à frente, faz consultoria de assuntos públicos a mais umas quantas empresas, zague. Se alguém tem estado a ziguezaguear de há dois meses para cá, eu diria mesmo há um ano, é Luís Montenegro”, acusou Pedro Nuno Santos, para depois atirar que o primeiro-ministro “esconde, engana, mente aos portugueses”.
Ainda neste ponto, voltou a responsabilizar Montenegro pela crise política e pelas eleições antecipadas, lembrando que o Partido Socialista dera estabilidade política ao país.
“Mas se há algo com o qual nunca nos comprometemos foi em levar este governo e este primeiro-ministro ao colo”, observou, assinalando que Portugal vai a eleições porque o “Governo esgotou o seu projeto para o país e o seu líder esgotou a sua credibilidade”.
“Já sabemos o suficiente para ter a convicção de que Luís Montenegro não reúne idoneidade nem credibilidade para ser primeiro-ministro”, reiterou o Secretário-Geral do PS, antes de avisar que “quando um país perde a memória, quando uma sociedade perde a sua bússola moral, quando deixa de se preocupar com a ética, a decência e a honestidade dos seus líderes, compromete a integridade da democracia”.
A finalizar, o líder socialista deixou claro que a AD não está “a transformar o país”, mas “a travar o país”.