Ao participar, esta manhã, por videoconferência, na reunião Pre-Council do Partido Socialista Europeu, que antecede o Conselho Europeu em curso, o Secretário-Geral do PS reivindicou o caráter vital de uma “defesa europeia” coesa.
“O futuro da União Europeia exige uma cooperação reforçada entre os Estados-membros, com voz, meios próprios e uma posição clara perante o atual contexto internacional”, afirmou o líder do PS, sustentando que este reforço “deve ser conduzido com o máximo equilíbrio, para que não se comprometa o bem-estar e a segurança dos europeus, nem o futuro dos fundos de coesão”.
“Não basta aumentar o investimento, é muito importante investir de forma estratégica para garantir a paz e a segurança, sem comprometer o desenvolvimento e crescimento europeus”, explicou, insistindo na urgência de reposicionar a Europa no centro do debate sobre política externa.
“A União Europeia tem de ser um ator central na defesa da paz no mundo”, enfatizou depois, apontando como exemplo a situação de conflito existente, há mais de três anos, no Leste do velho continente.
Sobre a guerra na Ucrânia, o líder socialista tem vindo a alertar para a necessidade de manter o apoio que os países europeus têm dado a Kiev, enfatizando que nenhuma solução de paz pode ou deve ser construída sem a aceitação dos ucranianos.
“Se for uma solução que não tenha a aceitação da Ucrânia, será uma solução precária, muito frágil e muito pouco duradoura”, avisou, dizendo ser “inaceitável que tenham decorrido negociações entre o país invasor e um país que nem está no continente europeu – os Estados Unidos da América –, sem participação dos europeus e, pior, sem a participação da própria Ucrânia”.
Quanto ao regresso da violência à Faixa de Gaza, Pedro Nuno Santos classifica a situação como “inadmissível”.
Condenando “firmemente” os recentes bombardeamentos de Israel sobre este território, provocando mais de quatro dezenas de vítimas mortais, maioritariamente civis, o Secretário-Geral socialista deplorou o reacender deste conflito com ações que, alertou, “apenas agravam o sofrimento humano e afastam a paz”.
“O cessar-fogo deve ser restabelecido de imediato”, afirma o líder do PS, para quem “a paz, a segurança e a estabilidade só serão alcançadas através do diálogo, do respeito pelo direito internacional e de uma solução política assente na criação de dois Estados”.
Líderes europeus debatem financiamento de defesa comum
O Conselho Europeu que já decorre em Bruxelas e que poderá estender-se até amanhã, é dedicado ao tema da competitividade económica para financiar as necessidades de investimento em defesa.
No centro desta reunião de alto nível na UE está um eventual cessar-fogo parcial na Ucrânia.
Além da questão ucraniana, esta reunião do Conselho serve para debater as próximas medidas em matéria de defesa, nomeadamente após a Comissão Europeia ter proposto um plano de rearmamento no valor de 800 mil milhões de euros e de ter sido apresentando um livro branco com medidas a serem adotadas até 2030, numa altura em que os europeus aceleram esforços para reforçar as suas capacidades militares face aos desafios imediatos e futuros.
Ainda a propósito de financiamento, os líderes da União trocam impressões pela primeira vez sobre o próximo orçamento de longo prazo (2028-2034) e os novos recursos próprios para o suportarem, antes de a Comissão apresentar a sua proposta no próximo Verão.