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União Europeia deve regressar ao tempo da ousadia

União Europeia deve regressar ao tempo da ousadia

António José Seguro defendeu esta quarta-feira uma maior solidariedade entre os Estados-membros da União Europeia e um papel mais interventivo das estruturas europeias.

Durante a conferência organizada pela Associação de Amizade Portugal/EUA em conjunto com o American Club of Lisbon e a Câmara de Comércio Americana em Portugal, o Secretário-Geral do PS sustentou que a UE deve “regressar ao tempo da ousadia europeia”.

“A Europa tem sido construída por pequenos passos, na base da intergovernamentalidade entre estados”, afirmou, salientando que “esse tempo acabou, temos de voltar à ousadia europeia”. “A democracia são escolhas, escolhas feitas por cidadãos. Temos de saber quem decide, quem governa e quem presta contas pelas decisões tomadas na União Europeia”, acentuou.

Numa intervenção subordinada ao tema “Pode haver Europa sem federalismo?”, centrada nas questões financeiras, económicas e políticas das União Europeia, o Secretário-geral do Partido Socialista defendeu a importância da existência de uma Europa com princípios de inspiração federal, voltou a rejeitar soluções de “haircut” (perdão de dívida) para resolver problemas de Estados-membros confrontados com a crise de dívidas soberanas e defendeu a criação de um mecanismo de mutualização para a componente da dívida de cada país superior a 60 por cento. “A União Europeia, ao colocar dívida nos mercados, encontraria taxas de financiamento dessa dívida muito baixas. Isso significaria que Portugal pagaria menos juros por essa mesma dívida, o que significaria que o défice reduzia e, por consequência, a dívida também”, explicou.

António José Seguro defendeu ainda para a possibilidade de o Banco Central Europeu poder emprestar dinheiro diretamente aos estados-membros e fazer uma “gestão europeia da dívida pública”.