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“Uma candidatura para disputar a democracia”

“Uma candidatura para disputar a democracia”

O candidato a Secretário-geral do PS Daniel Adrião apresentou ontem em Castelo Branco a moção de estratégia global ao Congresso Nacional, «Resgatar a democracia», descrevendo-a como “uma moção pela positiva” que pretende apresentar e discutir soluções para devolver a capacidade de decisão e envolvimento dos cidadãos numa verdadeira democracia participativa.
“Uma candidatura para disputar a democracia”

“Esta não é uma moção nem uma candidatura para disputar a liderança. É uma candidatura para disputar a democracia. Consideramos que é fundamental em partidos democráticos que haja pluralismo e ideias alternativas em discussão”, defendeu.

Daniel Adrião explicou que o movimento que lidera nasceu da base social de apoio do PS. “Não temos grandes individualidades do partido. É uma moção pela positiva de um conjunto de militantes socialistas”, referiu, acrescentando que ter por objetivo dar um contributo para a discussão e o debate de ideias no seio do PS, num momento em que o partido realiza o seu 21º Congresso, no início do próximo mês.

“É nesse momento que os militantes devem dar os seus contributos para a definição da estratégia política do PS. Foi isso que quisemos fazer, mesmo quando não está em causa a liderança, como é o caso”, sublinhou.

Daniel Adrião adiantou que o nome da moção de estratégia global, intitulada «Resgatar a democracia», surge devido ao sentimento de que a “democracia está capturada, sobretudo por um conjunto de interesses que impedem que os cidadãos possam ter uma participação e um envolvimento maior no processo democrático. Isso é visível e inclui o PS, naturalmente”, sustentou.

“Queremos apresentar e discutir soluções. Os cidadãos cada vez participam menos. Os deputados que se sentam na Assembleia da República já representam menos de 50% do eleitorado. Temos que nos questionar se isto ainda é uma democracia representativa”, disse, afirmando que este não é um “movimento de crítica, mas de massa crítica”.

O candidato socialista explicou também que apresenta propostas no sentido de abrir o PS à sociedade e abrir os processos de decisão internos do partido. “Entendemos que os deputados deviam ser escolhidos através de eleições primárias, eventualmente abertas aos simpatizantes. Em Portugal, os cidadãos não elegem deputados, elegem partidos. Os deputados são nomeados pelos diretórios partidários”, afirmou.

Propõe, nesse sentido, uma “revolução democrática pacífica” porque entende que aquilo que existe atualmente no panorama político é um “simulacro de democracia”.

“Numa democracia a sério os cidadãos decidem. Hoje, isso não acontece, carimbamos decisões tomadas por outros. É preciso devolver o poder às pessoas”, realçou o candidato.

Daniel Adrião considerou ainda que o Secretário-geral, António Costa, reúne “excelentes” condições para liderar um movimento socialista europeu que altere o atual rumo da Europa.

“O PS tem que procurar esses aliados. É preciso haver mudanças profundas na união económica e monetária, que serve os países mais fortes. Isto é a negação completa daquilo que era o projeto europeu inicial”, concluiu.