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Um Primeiro-ministro sem ideias que quer resolver crise com uma alteração constitucional

Um Primeiro-ministro sem ideias que quer resolver crise com uma alteração constitucional

ajs_ar.jpgDecorreu hoje o debate quinzenal do Primeiro-ministro na Assembleia da República subordinado ao tema das conclusões do ultimo Conselho Europeu.

Na sua intervenção inicial o Secretário-geral do PS declarou que “A questão não é a divergência sobre a disciplina financeira, a consolidação orçamental e sobre a necessidade de pagar as dívidas” mas sim “a ausência de pensamento e de propostas” deste Governo, que se limita a aplicar a receita definida pela chanceler germânica, Ângela Merkel, e pelo presidente de França, Nicolas Sarkozy.

“Nós não podemos aceitar isso, e não há qualquer cacofonia na Europa, porque falam dois e os outros obedecem, em particular o senhor primeiro-ministro”, acusou Seguro.

O PS defende como alternativa à estratégia cega de austeridade radical em cima da austeridade inevitável que a Direita preconiza, medidas para o crescimento económico e emprego.

António José Seguro defendeu que o BCE “deverá ter um papel mais activo no sentido de proceder à emissão de moeda, sendo um credor de último recurso”.”É um benefício para injectar liquidez na nossa economia. Estamos a falar a de apoiar as nossas empresas para preservar emprego”, acentuou o líder do PS, antes de também preconizar a emissão de eurobonds e a existência de uma harmonização fiscal na União Europeia.

António José Seguro frisou “O senhor primeiro-ministro precisa de ter visão e de ter ambição, mas o que não vejo em si nem nos líderes europeus do momento essa ambição e visão para a Europa e Portugal”.

“Tive a ocasião de dizer ao senhor primeiro-ministro de que a melhor forma de Portugal honrar os seus compromissos internacionais é pelo lado do crescimento económico. Ao contrário do que o primeiro-ministro diz e pensa, não é empobrecendo que estamos em condições de pagar as nossas dívidas, mas criando riqueza e promovendo o crescimento económico”,afirmou Seguro.

“Esta esclarecido qual é o pensamento do senhor Primeiro Ministro sobre a saída da crise, é uma alteração constitucional!Ficou claro!”, disse perto do final do debate o líder do PS.

Em declarações à saída do debate o Secretário-geral do PS afirmou que a única novidade de hoje em matéria de constitucionalização do défice “foi o facto de o primeiro-ministro ter recuado, admitindo que, porventura, a introdução de um limite para o défice seria numa outra lei. Neste momento, ninguém conhece o articulado da futura proposta de acordo entre os 26 Estados-membros. Quando conhecermos esse documento, o PS terá um olhar mais preciso”, disse.