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“Um novo ponto de partida”

“Um novo ponto de partida”

O secretário nacional do PS Eurico Brilhante Dias escreveu um artigo de opinião no jornal Público, intitulado “Um novo ponto de partida”.

Começa por afirmar que “há muito que a generalidade dos portugueses não leva a sério as conclusões dos exames regulares”, por se ter tornado um lugar-comum: “A troika avalia-se a si própria perante os resultados do seu bom aluno”, ou seja, o Governo.

Se o bom aluno falhou, afirma, “não terá sido por ser ‘cábula’, mas porque no afã de concretizar a estratégia de empobrecimento foi de tal forma eficaz que (…) conseguiu gerar mais pobres, mais desempregados e maior redução do PIB do que estavam à espera”.

Porém, “incapazes de reconhecer o erro, incapazes de mudar de caminho, pedem, em surdina, que o povo português, os parceiros sociais, e em particular o PS, se cale, ou proteste baixinho, não vão os mercados perceber que o bom aluno (…) não passa de um caso falhado”, ataca.

O dirigente socialista explica que “foi por isso que o PS traçou uma ‘linha vermelha’ no 7º exame regular”, uma vez que “era impossível continuar a assistir à degradação da situação económica e social do país, com um OE13 irrealista aprovado por uma maioria que se expôs ao ridículo de aprovar um orçamento com um cenário macroeconómico (descaradamente) falso, com um enorme aumento de impostos, e com uma execução orçamental do OE12 (6,4%), com um rácio de dívida pública no PIB (123,6%) e com uma taxa de desemprego (17,6%) que ilustram um clamoroso falhanço”.

Segundo Eurico Brilhante Dias, “o PS procurou criar em torno do 7º exame regular um contexto de mudança”, relembrando que “o secretário-geral do PS, António José Seguro, enviou missivas aos dirigentes da troika, recebeu os parceiros sociais, lançou um debate de urgência em que apresentou uma estratégia alternativa clara, baseada em cinco propostas, em que nenhuma das questões estruturais e conjunturais ficou de fora”.

Por parte do Governo, recorda, “recebeu sinais contraditórios”, da troika “recebeu respostas equívocas”. “Mas dos portugueses, dos parceiros sociais, da nova maioria social que quer outro caminho – e que o secretário-geral do PS tem contactado diariamente – o PS recebeu apoio”, assegura.

Para o secretário nacional socialista, a moção de censura do PS “é um ponto de partida para um novo Governo, que represente a nova maioria social que quer um novo caminho”.