Um excelente investimento público
António Costa elogiou na ocasião, e uma vez mais, o projeto do Alqueva, enaltecendo o seu “potencial transformador” para o progresso e desenvolvimento da região.
Trata-se, como salientou, de um excelente exemplo do que pode e deve representar um investimento público de qualidade, capaz de, no essencial, ajudar a transformação o território, dinamizar a economia local e a alavancar o próprio investimento privado.
Na circunstância o líder socialista defendeu para o projeto uma gestão integrada e descentralizada, feita “por quem está na região”, sublinhando o efeito que este equipamento tem desempenhado na capacidade de multiplicar o investimento privado, seja no turismo, na agricultura, ou nos “usos múltiplos que o Alqueva oferece a toda a região alentejana”.
Lembrando que um investimento desta dimensão não teria sido possível “se não fosse o Estado a investir”, António Costa avisou que é preciso continuar a apostar na cooperação transfronteiriça, de modo a “vencer as múltiplas barreiras” que nesta Europa sem fronteiras, “ainda vão existindo”.
Reformar a floresta
Um dia antes, mais a norte, em Terras de Bouro, na zona do Gerês, e com a atenção voltada agora para a floresta, o Secretário-geral do PS defendeu a necessidade de uma “profunda reforma” na floresta, uma riqueza que terá de ser “colocada ao serviço do crescimento do país”.
Recordou que cerca de um terço do território nacional é ocupado pela floresta, o que não constitui um problema “mas sim uma riqueza”, tendo alertando para a urgente necessidade estratégica de valorizar o território dando prioridade ao setor florestal.
O líder do PS lembrou a propósito a importante reforma feita há cerca de dez anos na área do combate aos incêndios florestais, reforma onde o país ganhou tempo, “infelizmente desperdiçado e totalmente desaproveitado por este Governo” para fazer as necessárias reestruturações, designadamente a nível do reordenamento da floresta, pedindo que se avance de imediato com medidas idênticas em relação à floresta.
ALQUEVA: O PROJETO QUE A DIREITA NÃO QUERIA Num Alentejo climaticamente marcado pelo cruzamento da continentalidade com a mediterraneidade, com longos períodos de estiagem e períodos curtos de torrencialidade, a disponibilidade permanente de água foi desde sempre um sonho mítico. Após décadas de adiamentos, o I Governo de António Guterres tomou a decisão histórica de avançar com o empreendimento, “com ou sem financiamento comunitário” e deu início a um dos maiores projectos públicos de sempre lançados em Portugal. Implicou a criação do maior lago artificial da Europa com 250 km2, de superfície, dezena e meia de grandes barragens intermédias, milhares de quilómetros de condutas e caminhos agrícolas, construção de pontes e reposição da rede viária, salvaguarda de centenas de sítios arqueológicos e reinstalação de populações, para instalar 120 000 hectares de regadio. Sempre adiado pela direita até 1996, e alvo de tentativa de boicote, em 2011, pelo actual Governo, o projecto de Alqueva impôs-se por si próprio e é hoje uma realidade e um sucesso incontornáveis nos domínios da agricultura, da produção de energia limpa, do turismo e do abastecimento de água às populações em quantidade e qualidade. Luis Capoulas Santos |
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