Um bom acordo para Portugal
“Conseguimos um bom resultado para Portugal face à base de que partimos, que era de facto bastante má, e julgo que o resultado global deste Conselho foi conseguir para a pesca portuguesa possibilidades de pesca que, por um lado, satisfazem largamente aquilo que têm sido as capturas tradicionais do sector, e, por outro, também garantem a sustentabilidade ambiental das pescas”, declarou a governante.
Ana Paula Vitorino destacou a obtenção de “um crescimento global de 11,4%” nas possibilidades de pescas em águas nacionais, salientando ainda ter sido possível à negociação portuguesa atenuar substancialmente os efeitos mais negativos da proposta herdada do anterior Executivo, suavizando ou anulando cortes previstos para algumas espécies e aumentando algumas quotas.
As espécies da pescada (de 61% para 25%), do tamboril (de 19% para 10%) e do areeiro (estabilizando, quando estava previsto um corte de 26%), foram algumas das suavizações alcançadas. A posição portuguesa conseguiu, por outro lado, manter a quota de captura da raia (que previa uma redução), tal como sucedeu em relação ao bacalhau da Noruega, tendo sido obtido um aumento de 26% da quota de lagostim, o que correspondia a uma reivindicação do sector.
Ana Paula Vitorino fez ainda questão de sublinhar a importância do diálogo conduzido com os agentes do sector. “Tive oportunidade de reunir com todos os protagonistas da área da pesca, trabalhadores e armadores, coisa que farei com regularidade e antes de cada conselho, porque julgo que é minha obrigação ouvir aquilo que são as preocupações do sector nas várias perspetivas”, salientou a governante.