Jamila Madeira iniciou a sua intervenção no debate sobre o estado da União a afirmar que, “à medida que as sucessivas crises atingem a Europa, a ameaça agrava-se, encontrando terreno fértil para instigar o medo e o pânico das populações”. “Todos sabemos como nascem e se alimentam os discursos fáceis e populistas e a História conta-nos com detalhe o horror que trouxe à nossa vida coletiva”, referiu.
Por isso, este “incremento dos extremismos na União Europeia implica dar um salto para o futuro, um salto firme com um conjunto de iniciativas agora reforçadas neste discurso do estado da União”, que contou com “os contributos do Governo português”, congratulou-se a socialista.
Jamila Madeira enumerou algumas propostas importantes: “Reforçar a união da União para assegurar a autonomia e segurança coletiva de todos os que connosco partilham este espaço de prosperidade e solidariedade que é a União Europeia; reformar as regras de governação económica para que, perante novos e diversos desafios, não voltemos aos erros do passado nas crises financeiras e das dívidas soberanas”.
“Aproveitemos e reforcemos o que bem se fez durante a crise pandémica e que permitiu ajudar as pessoas a não perder emprego, a não perder rendimentos, a apoiar as empresas a manter a capacidade produtiva e posterior retoma do investimento”, pediu.
A vice-presidente da bancada do PS salientou que “o instrumento orçamental comum centrado no investimento e na convergência é absolutamente essencial”, assim como também é imperativa a “criação de um mecanismo comum de seguros de depósitos para que todos os cidadãos se sintam mais protegidos”.
“E reforçar os recursos próprios da União Europeia para que não estejamos perante um gigante económico com pés de barro, tornando-o impotente para ajudar os que mais precisam e crie condições para assegurar o tão afamado rendimento mínimo a todos os europeus que dele precisem”, acrescentou.
Jamila Madeira recordou a todas as bancadas que, “depois de duas guerras mundiais, a solidariedade, a paz, a defesa do humanismo e da democracia foram os valores que nortearam e que permitiram que vivêssemos mais de 50 anos em paz na Europa”.
Assim, “o momento é de reforço da coesão e da cooperação, combatendo populismos e discursos individualistas”, defendeu a dirigente socialista, que falou numa “união mais corajosa e mais próxima dos cidadãos quando estes se confrontam com grandes dificuldades na sua vida”.
“Sabemos que o Governo português está absolutamente empenhado neste caminho e, com o apoio deste Parlamento, poderá contar com o contributo estrutural para que tal senda, hoje como anteriormente na pandemia, construiu novas e prósperas rotas no quadro europeu”, concluiu.