UE deve acordar um orçamento “à altura das suas ambições”
O primeiro-ministro português está hoje em Bruxelas para participar na primeira cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), reunião que será dominada pela discussão sobre o futuro Quadro Financeiro Plurianual, o orçamento da União para 2021-2027, reafirmando António Costa que a UE deve acordar um orçamento “à altura das suas ambições” e voltando a manifestar a sua oposição aos cortes defendidos no programa apresentado pela presidência finlandesa, designadamente ao nível da política de Coesão.
Para António Costa, a Europa a 27 não tem nada a ganhar se vier a ter um orçamento que “esteja abaixo das responsabilidades que os Estados-membros têm confiado à União Europeia”, referindo que esta sua posição apenas reflete a defesa do “estrito interesse nacional, mas também do interesse da Europa”.
O que os Estados-membros têm defendido ao longo de todos estes anos, segundo o primeiro-ministro, é uma União Europeia que seja mais ativa “na segurança, na defesa, na gestão das migrações, na investigação e desenvolvimento, na transição para a sociedade digital, no combate às alterações climáticas, no reforço da coesão, na defesa de uma política agrícola que garanta a segurança alimentar e a qualidade dos alimentos e a cooperação com o Continente africano”, medidas e objetivo com os quais António Costa manifesta total acordo, mas que são “totalmente incompatíveis” de se realizarem caso se insista, como referiu, em retirar os recursos financeiros necessários.
Se os Estados-membros pretendem, como têm afirmado, alcançar estes desideratos, dando seguimento de “forma coerente ao mandato que atribuímos à União Europeia”, então “temos de dar à UE os recursos necessários para que possa cumprir a sua missão”, defendeu António Costa, lembrando que este olhar sobre o que deve ser a Europa assume uma relevância ainda maior depois de “termos aprovado uma nova agenda estratégica cheia de ambição”.
Pontos de vista comuns para trabalho “profícuo”
Quanto ao encontro que esta manhã manteve com Elisa Ferreira, o primeiro-ministro começou por concordar com a opinião expressa pela comissária portuguesa responsável pela política de Coesão e Reformas, que manifestou a sua “absoluta convicção” de que o trabalho conjunto que vai ser desenvolvido a partir de agora será “profícuo”, lembrando António Costa que se os comissários “não estão na Comissão a representar os seus países, também não deixam de ser originários dos países de que são”, sendo de resto, como acrescentou, esta uma singularidade “que faz a riqueza da UE”.