Os ministros da Agricultura da União Europeia (UE) estiveram reunidos esta quarta-feira, no sentido de discutir as consequências no setor agroalimentar da ação militar da Rússia sobre a Ucrânia, tendo aprovado um conjunto de medidas com o objetivo de assegurar o fornecimento e conter os preços dos produtos alimentares no espaço europeu.
“A atual situação exige, uma vez mais, respostas coletivas para a implementação de medidas que nos permitam assegurar o nosso potencial de produção e, com isso, garantir um abastecimento alimentar adequado aos nossos concidadãos e a viabilidade aos operadores”, revelou a ministra Maria do Céu Antunes, no final da reunião realizada por videoconferência.
“Esta situação vem acrescentar novas perturbações àquelas que ainda decorrem da pandemia da Covid-19, mas também às que advêm da seca que se faz sentir na Península Ibérica, como, aliás, tive oportunidade de referir, assim como outros colegas e a própria Comissão”, sublinhou.
No âmbito da reunião, os parceiros europeus consensualizaram as seguintes medidas:
- Solidariedade com o povo ucraniano, nomeadamente através de ajuda alimentar;· Acompanhamento da evolução do mercado a nível europeu e internacional;
- Ativação do mecanismo europeu de reação a situações de crise de segurança alimentar para preparação de respostas a setores mais sensíveis, nomeadamente aqueles que são dependentes de matérias primas para alimentação animal;
- Avaliação de medidas excecionais de mercado, exortando a Comissão a apresentar propostas tão rápido quanto possível;
- Reforçar a capacidade de produção para a campanha em curso, nomeadamente a utilização de terras excluídas da produção;
- No plano internacional, mobilizar os parceiros a nível multilateral e bilateral, de modo a encontrar soluções de resposta concertadas a curto prazo;
- Acompanhamento da evolução dos preços dos fatores de produção, nomeadamente da energia e dos fertilizantes.
Tal como Maria do Céu Antunes salientou, os Ministérios da Agricultura e da Economia estão a acompanhar em permanência a cadeia de abastecimento alimentar. Isto, enquanto os operadores portugueses estão a trabalhar com as suas redes internacionais para alargar as origens alternativas de abastecimento de matérias-primas no mercado externo.