Transportes públicos devem ser geridos com proximidade, Estado central não se deve dispersar na gestão de trajetos de autocarros
O secretário-geral do PS defendeu hoje que os municípios devem gerir os transportes públicos da sua área por não fazer “o menor sentido que o Estado [central] se disperse” na gestão de aeroportos e do trajeto de autocarros.
“Se há área onde a descentralização é óbvia, é nesta área do planeamento e da gestão dos transportes públicos: não faz o menor sentido que o Estado se disperse entre a gestão das grandes infraestruturas que nos inserem nas redes globais de internacionalização – como as ferrovias internacionais, os portos ou os aeroportos – e, simultaneamente, estar a discutir qual é o traçado de cada carreira em cada município”, declarou António Costa.
Falando no Cais do Sodré, em Lisboa, após a assinatura de um compromisso para a mobilidade pelos autarcas e candidatos do PS às 17 câmaras da área metropolitana, António Costa vincou que, “obviamente, essa deve ser uma competência local”, de forma a servir “melhor os territórios e melhor as populações”.
“Não é por acaso que, desde que municipalizámos os STCP [transportes coletivos do Porto], os STCP ganharam só no primeiro semestre 7% de aumento dos seus passageiros”, exemplificou.
No caso de Lisboa, “não é por acaso que desde que a Carris foi devolvida ao município de Lisboa temos mais 100 mil crianças por mês a serem transportadas na Carris e mais 300 mil idosos”, acrescentou o secretário-geral socialista e primeiro-ministro, atribuindo tais mudanças a alterações no tarifário feitas “à medida da cidade”.
Segundo António Costa, o compromisso assinado visa “mais e melhor transporte público”, tendo também impactos a nível global, nacional e para as famílias.
No âmbito global, permitirá enfrentar “um dos maiores desafios” das últimas décadas, o das alterações climáticas, enquanto no âmbito nacional, possibilitará reduzir a dependência do exterior em combustíveis fósseis e dar um “enorme impulso à economia” pelo recurso a empresas portuguesas.
No que toca à população, “é essencial para a melhoria dos rendimentos das famílias”, notou.
Assinaram o documento os candidatos do PS aos municípios de Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.