Transição para a era digital é desafio estratégico para Portugal
Para o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, que falava em Lisboa na apresentação do Plano de Ação para a Transição Digital, aprovado na reunião do Conselho de Ministros, é decisivo que as empresas, mas também a população, disponham das “condições necessárias” para que possam aproveitar as oportunidades que o “mundo digital lhes vai oferece num futuro breve”.
Preparar e criar as condições para que as pessoas e empresas passem a ter acesso e usufruam de forma plena de todas as oportunidades oferecidas pela transformação digital, de acordo com Pedro Siza Vieira, é condição indispensável para que não se crie um fosso na sociedade, uma barreira que impediria que o país aproveitasse o potencial de todos e de cada um em particular, mas também das suas “empresas e de cada uma das suas regiões”.
Segundo o ministro da Economia, quando o Governo desafia os portugueses e as empresas nacionais, convocando-as para este desafio, está sobretudo a alertá-las para a necessidade de situar o país num patamar diferente e mais desenvolvido, lembrando que toda esta problemática que envolve a transformação digital, visa, em primeiro lugar, aumentar e melhorar a “qualificação das pessoas e a transformação digital das empresas”, mas também apostar mais e melhor numa “administração pública ao serviço do futuro e das comunidades”, mas sempre “com o recurso às tecnologias digitais”.
Para que este processo possa obter o êxito desejado, ainda segundo o governante, é preciso que haja, antes de mais, uma total sinergia entre a Administração Pública, as empresas, as associações, as escolas, as várias comunidades e o público em geral, como forma de garantir, desde logo, que “ninguém fica para trás”, mas também que todos serão capazes de acompanhar esta transformação “como motor de aceleração da economia”.
A alternativa de a economia portuguesa continuar a competir a nível externo, como antes sucedia, com base nos “baixos custos e no trabalho esforçado” é, para Pedro Siza Vieira, um cenário totalmente afastado e riscado da realidade nacional, garantindo o governante que a alternativa para o sucesso a curto e médio prazo passa pela aposta na “produção de valor, de conhecimento e por uma maior exigência”.
“No final desta década, devemos sentir que conseguimos trabalhar em conjunto para construir uma sociedade desenvolvida, com conhecimento, com qualificação dos portugueses, com inovação, inclusiva, com um Estado Social forte, e onde todos tenham uma oportunidade justa de desenvolver os seus projetos de vida, aspirações pessoais e ambições profissionais. Este é o desafio da transição digital para o qual estamos todos convocados”, disse.
O Plano de Ação para a Transição Digital, aprovado no Conselho de Ministros desta quinta-feira, define as medidas estratégicas a implementar no âmbito da digitalização do Estado, das empresas e dos cidadãos em geral. Este Plano de Ação assume-se como o motor de transformação do país, sem deixar ninguém para trás e projetando Portugal no mundo. Para este efeito, assenta em três grandes pilares de atuação, desenvolvendo de forma integrada um conjunto de medidas que procuram articular as diversas sinergias e políticas setoriais: a capacitação e inclusão digital das pessoas; a transformação digital do tecido empresarial; e a digitalização do Estado.