Tragédia de Pedrógão Grande mostrou solidariedade e unidade dos portugueses
O flagelo que atingiu este fim de semana o norte do distrito de Leiria, nos concelhos de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, levou o primeiro-ministro, António Costa, a dirigir-se em particular às “famílias enlutadas”, manifestando o seu pesar por esta tragédia, que “nos comove e que nos choca a todos pela sua dimensão”.
Depois de enaltecer a “forma única” como os profissionais e os voluntários se têm dedicado de “alma e coração” a proteger pessoas, bens e a floresta, António Costa anunciou que o Governo decidiu instalar no terreno quatro centros operacionais da Segurança Social em Pedrógão Grande, Avelar, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, explicando o primeiro-ministro que estas unidades terão todas as condições para responder com eficácia aos pedidos de alojamento de emergência, mas também em relação “a apoios sociais de emergência” que sejam solicitados, na sequência do incêndio que deflagrou na região e que fez, segundo os últimos dados conhecidos, pelo menos 62 mortos.
Respostas sociais de emergência
O primeiro-ministro garantiu ainda que a secretária de Estado da Segurança Social, Cláudia Joaquim, permanecerá em Pedrógão Grande para articular e responder às solicitações da população, enquanto o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, assumirá a responsabilidade de coordenar, tal como aconteceu o ano passado na Região Autónoma da Madeira, o “conjunto de apoios” que vierem a ser considerados como necessários.
Também os estabelecimentos de ensino serão alvo de medidas excecionais, tendo o primeiro-ministro anunciado que o Governo decidiu encerrar por “tempo indeterminado” as escolas dos concelhos de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e de Castanheira de Pera, acrescentando António Costa que todos os alunos residentes nestes concelhos, “independentemente de onde estudam” que tenham provas de exame ou de aferição marcadas para a próxima semana “terão as suas provadas adiadas”, garantindo que, “em devida altura”, serão remarcadas para que “os alunos as possam realizar nas melhores condições”.
Sobre o impacto financeiro desta tragédia e se o país pondera pedir futuramente ajuda internacional, nomeadamente à União Europeia, o primeiro-ministro foi claro ao remeter a questão para mais tarde, não colocando contudo de lado, como frisou, a hipótese de Portugal recorrer aos mecanismos de solidariedade internacionais.
Em relação aos meios de combate instalados no terreno, o primeiro-ministro garante que “entre os recursos próprios” e a ajuda que Portugal entretanto já recebeu de Espanha e de França, são suficientes e “ajustados às necessidades”, não deixando contudo de recordar que os incêndios florestais que deflagraram no norte do distrito de Leiria assumem um caráter muito específico, já que representam, como frisou, uma “calamidade humana absolutamente desproporcionada” àquilo que é, por um lado, “o número de incêndios”, e, por outro, como também acentuou, aos “impactos materiais destes incêndios”.