Trabalho de excelência da escola pública é um dos grandes ganhos para o país
O primeiro-ministro, António Costa, enalteceu este sábado o trabalho “de excelência” da escola pública nos ganhos que o país tem alcançado nas últimas décadas em matéria de educação, que sublinhou só ser comparável ao realizado pelo Serviço Nacional de Saúde.
“Temos de perceber que a escola pública e que quem trabalha na escola pública realiza um trabalho de excelência, só comparável àquele que o Serviço Nacional de Saúde realizou ao longo destes 42 anos nos ganhos extraordinários de saúde que o país teve e que está agora a ter também, felizmente, na área da educação”, afirmou António Costa, em Porto de Mós, num dia dedicado a assinalar um conjunto de investimentos públicos com o apoio de fundos comunitários, em diversas áreas, entre as quais equipamentos escolares, e em vários distritos do país.
O líder do executivo socialista salientou que os números divulgados esta semana pelo Ministério da Educação, sobre o sucesso do percurso educativo, vêm demonstrar que “as escolas, e em particular as escolas públicas, têm resultados de excelência naquilo que é a evolução de cada criança entre o momento em que chega à escola e o momento em que sai da escola”, sublinhando que este é “um motivo de grande alegria”.
António Costa apontou o investimento na área educativa, através da recuperação e reabilitação de equipamentos escolares, como sendo fundamental para dotar a escola pública de “ferramentas melhores”, que permitem trabalhar melhor, mas fez questão de sublinhar que mais importante que “o edifício” é “a qualidade dos recursos humanos”.
São aqueles que trabalham diariamente para que os alunos tenham melhores condições “para poderem realizar todo o seu potencial”, quem mais contribui para realizar o trabalho de excelência na escola pública, enfatizou.
O líder do Executivo inaugurou em Porto de Mós, distrito de Leiria, a primeira fase da obra do novo Centro Escolar local, um investimento orçado em 2,5 milhões de euros, que vai beneficiar mais de 200 crianças em duas turmas de pré-escolar e nove turmas de 1º ciclo.
Escola pública compara no trabalho com os níveis de qualificação de cada aluno
Em Mafra, onde visitou as obras de ampliação da Escola EB 2/3 da Venda do Pinheiro, António Costa aludiu aos rankings que comparam as escolas públicas e privadas, salientando que representam realidades muito distintas e não comparáveis, sendo que a missão que cabe à escola pública é “vencer a desigualdade”.
“Sabermos em que escolas se concentram os melhores alunos não é o essencial, o essencial é saber quais são as escolas que permitem a qualquer criança progredir mais relativamente à bagagem que traziam de casa”, sublinhou o primeiro-ministro.
“Qualquer criança que nasça em Portugal, seja em que família for, seja em que condições socioeconómicas forem, seja em que ponto do país for, tem de dispor das mesmas igualdades de oportunidades”, acrescentou.
No mesmo sentido, o ministro da Educação afirmou não ser também um “fã deste tipo de rankings”, explicando que “comparam escolas em meios socioeconómicos muito favorecidos com escolas em meios socioeconómicos não tão favorecidos”.
Para Tiago Brandão Rodrigues, este tipo de distorção “acaba por transformar estas seriações cruas num instrumento que não tem a riqueza de outros, que têm outros indicadores e que valorizam os projetos pedagógicos das escolas”.