Perante os muitos apoiantes que estiveram presentes na Biblioteca Almeida Garrett, localizada nos Jardins do Palácio de Cristal, o candidato salientou a importância e necessidade de o Porto se afirmar e fortalecer de modo a contribuir para a recuperação “económica, social e cultural” do país.
“Nunca teremos a verdadeira recuperação do país, económica, social e cultural que precisamos no pós-pandemia se tivermos um Porto fraco, um Porto enfraquecido, um Porto diminuído, um Porto ‘donut’ porque nunca tivemos um país forte com um Porto fraco”, disse o socialista, que, por isso, quer um “Porto decisivo para a recuperação nacional”.
Nesse sentido, Tiago Barbosa Ribeiro pretende criar uma “unidade de missão”, composta por especialistas, para definir um Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) local para a cidade Invicta.
É necessário “acompanhar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) nacional com um PRR local em articulação com as associações empresariais, academia e estruturas representativas dos mais diversos setores”, defendeu.
“Vamos fazê-lo porque o PRR, ao contrário do que tenho ouvido nos debates, não é o programa do Governo. Não é o programa do partido A, B ou C. É o programa do país e as autarquias têm de mobilizar sete mil milhões de euros do PRR e a Câmara Municipal do Porto, até agora, perdida nas suas críticas infundadas, não consegue apresentar projetos porque não se prepara, não estuda, não faz o trabalho de casa”, apontou.
O candidato socialista fez uma síntese do programa eleitoral e avançou com algumas das medidas concretas para a cidade, entre as quais: “requalificar a estrada da Circunvalação”, “assegurar a municipalização da Via de Cintura Interna (VCI)” e “promover a criação de uma equipa de missão no seio da Área Metropolitana do Porto (AMP)”.
‘Porto liderante, com governação cooperante e transparente’ é o primeiro eixo programático, porque, segundo Tiago Barbosa Ribeiro, “temos de ter um Porto liderante, que não é um Porto que quer erguer muralhas quando elas já não existem” e, também, porque a cidade precisa de “criar pontes” e promover o diálogo e a cooperação, designadamente com a Área Metropolitana do Porto e com a região Norte, bem como no âmbito do Eixo Atlântico e das regiões transfronteiriças.
No domínio do ambiente e clima, Tiago Barbosa Ribeiro quer “tornar o Porto a primeira cidade do país com neutralidade carbónica e a não contribuir para as alterações climáticas”. “Esta é uma batalha pelas nossas vidas”, vincou.
‘As pessoas’ é outro capítulo do programa eleitoral, onde constam propostas que visam melhorar a qualidade de vida dos portuenses, nomeadamente como a instalação de elevadores exteriores em todos os blocos dos bairros municipais, a criação de um “banco de terrenos municipais” e a resolução “de forma duradoura” da situação dos sem-abrigo.
O combate ao tráfico de droga e à toxicodependência são outros objetivos que o candidato socialista assume no seu programa, visto que, apesar do Porto ser uma cidade segura, “tem tido problemas, sobretudo, devido ao tráfico de droga”.
‘Porto inovador, amigo da economia e do conhecimento’ é outro eixo programático dos socialistas, pelo que Tiago Barbosa Ribeiro propõe a criação de uma agência de promoção do empreendedorismo e captação de investimento. Já na área da cultura, a candidatura socialista quer criar o Museu do Porto, uma Casa da Literatura e adquirir o Cinema Vale Formoso.
Recuperar a liderança do Porto
O Secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, que esteve presente na sessão, destacou “dois importantes instrumentos para transformar as condições de vida das pessoas”, concretamente: o quadro financeiro plurianual e o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“Os autarcas perfilam a visão estratégica que perfila o Governo no país. O Governo está bem com os portugueses e nós queremos estar bem com os habitantes desta cidade”, referiu o dirigente socialista.
Para José Luís Carneiro, o programa eleitoral da candidatura socialista – ‘O Porto quer mais. Nós vamos fazer’ – tem “alicerces muito sólidos que traduzem um compromisso com a identidade histórica”, o que, no entender do dirigente socialista, irá permitir recuperar a “herança, memória e liderança estratégica” do PS na cidade.