Morreu António Arnaut uma figura política de impressionável transparência
Foram muitas as personalidades e dos mais diversos quadrantes políticos que manifestaram o seu pesar pela morte do camarada, António Arnaut, um dos fundadores e presidente honorário do PS, desde 2016, que faleceu hoje, em Coimbra, com 82 anos.
Portugal perdeu hoje um dos seus mais ilustres cidadãos, um político ímpar que serviu o país e a democracia, um lutador pela liberdade e pela democracia, criador do SNS, cujas bases lançou em 1979. António Arnaut, foi ministro dos Assuntos Sociais no II Governo Constitucional, Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano, tendo sido agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade e com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.
Das muitas figuras públicas que nesta triste ocasião quiserem lembrar o homem e a vida deste eminente socialista, destaque para as palavras do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, que lembra que António Arnaut “personificava, como poucos”, o conceito de ética republicana, lembrando o seu percurso antifascista e um dos homens que “ficará na história pelo seu contributo para uma das principais conquistas sociais da democracia portuguesa”, o Serviço Nacional de Saúde.
Para o presidente do PS e líder parlamentar socialista, Carlos César, que reagiu à morte de António Arnaut na Madalena, na ilha do Pico, à margem das celebrações do dia da Região Autónoma dos Açores, que hoje se comemora, o histórico socialista e “pai” do SNS “não era apenas um socialista, era um socialista muito simbólico, representante do sentido humanista com que a política se desenvolve, um socialista empenhado, apaixonado naquilo que sempre constituiu a sua grande causa, a causa da saúde pública”.
Para Carlos César, com o desaparecimento de António Arnaut, desaparece “uma parte significativa da nossa memória do presente”, havendo agora, como sustentou, a “responsabilidade de seguir uma trajetória humanista no PS”.
Também o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, diz estar “profundamente triste pelo desaparecimento de alguém que nos ensinou a olhar a política com muita humildade”, considerando que António Arnaut deixa um “importante legado na construção do nosso sistema democrático, e não só na criação do SNS”.
Outra das reações à morte do “mais genuíno socialista” e “pai” do SNS, veio do histórico dirigente do PS, Manuel Alegre, que lamenta a morte do “amigo de longa data”, recordando a sua “coerência e generosidade”, um “grande cidadão e um grande português”.
Numa nota na sua página do Facebook, a Secretária-geral do PS, Ana Catarina Mendes, presta a sua homenagem ao presidente honorário do PS, fundador do partido e do SNS, assim como o eurodeputado Carlos Zorrinho, que manifesta o seu mais profundo pesar pela morte do “homem extraordinário” que tanto deu ao país, afirmando que a melhor homenagem que se pode prestar ao histórico socialista “é defender o SNS”.
De fora do PS também vieram manifestações de pesar pelo falecimento do António Arnaut, com destaque para a coordenadora do BE, Catarina Martins, que refere que a “homenagem e a gratidão” que é devida ao histórico socialista “deixa-nos a responsabilidade de continuar a sua causa”.
Numa mensagem mais extensa, o ex-dirigente do BE, João Semedo, deixa uma nota com um cunho mais pessoal, dizendo-se “amargurado, gelado e invadido por um vazio que retira todo o sentido” a tudo o que pudesse dizer numa menagem sobre este momento.
Francisco George, ex-diretor geral de Saúde, considera, por seu lado, que o país perde com a morte de António Arnaut “uma grande figura”, mas que Portugal ganhou com ele, o Serviço Nacional de Saúde que fundou, considerando que o ex-ministro dos Assuntos Sociais foi “uma figura de impressionável transparência”.