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“Tesourinho deprimente”

O dirigente socialista Óscar Gaspar redigiu um artigo de opinião no Diário Económico, intitulado “Tesourinho deprimente”.

“Desde cedo aconselham-nos a aprender com a história”, começa Óscar Gaspar.

“Estava há dias a pensar no euro e no processo que nos trouxe até aos dias de hoje e encontrei em casa um livro que o Ministério das Finanças publicou em 1998”, denominado “O impacto do euro na economia nacional”, recorda, “um estudo da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, elaborado por um grupo de estudo coordenado pelo prof. António Pinto Barbosa e que incluía nomes como António Barreto, António Nogueira Leite e Vítor Gaspar”.

Este documento concluía que “a crescente sincronização das flutuações cíclicas portuguesas com as europeias, a preservação dos elementos de flexibilidade detetados no mercado de trabalho português, a intensificação da integração dos mercados de capitais e crédito na Europa e o desenvolvimento apropriado de uma estratégia de consolidação orçamental, sugerem a possibilidade de uma razoável capacidade de ajustamento da economia portuguesa, no futuro, à generalidade das perturbações macroeconómicas”.

Óscar Gaspar acrescenta, ironicamente, que “não havia, portanto, razão para grandes preocupações”.

“Já sabemos que estudos económicos são uma coisa e que ‘na prática a teoria é outra’ mas um olhar retrospetivo permitirá identificar as desconformidades”, sublinha.

O dirigente nacional do PS afirma que não discutirá “a seriedade intelectual e académica do estudo mas face aos resultados da moeda única e à identificação das fragilidades da construção da União Económica e Monetária, não seria de reconhecer que entre os manuais de economia e a realidade vai um passo significativo?”.

Óscar Gaspar questiona, ainda, se, passados 15 anos, o ministro Vítor Gaspar continuará “preso aos manuais e os portugueses não passam de um variável dependente nas equações do ajustamento”.