"Terá o PS pela frente se ousar privatizar a CGD”
No debate quinzenal, o secretário-geral do PS começou por colocar três questões que os portugueses gostariam de fazer ao primeiro ministro:
1. Vai ou não recuar com a sua proposta de aumento da Taxa Social Única, que retira rendimentos dos trabalhadores para os entregar aos patrões?
2. Vai ou não aumentar a carga fiscal através alteração dos escalões do IRS?
3. Vai ou não privatizar a Caixa Geral de Depósitos?
Face à ausência de respostas clarificadoras do primeiro ministro, António José Seguro deixou claro que contará com a oposição do PS se quiser privatizar da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
O secretário-geral do PS interpelou Passos Coelho, recebendo uma prolongada salva de palmas da bancada socialista: “Olhe bem para mim: terá o PS pela frente se ousar privatizar a CGD. Não ouse, porque terá o PS pela frente”.
Relativamente à TSU, o líder do PS considerou que, se o primeiro-ministro insistir em avançar com a medida, “significa que não respeita o país, não conhece os portugueses, não atribui valor ao trabalho dos portugueses e, por isso, transfere rendimentos do trabalho para as entidades patronais”.
Referindo-se às divergências entre a coligação PSD/CDS, António José Seguro questionou: “Como é que o país pode confiar num Governo quando o seu ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, o desautoriza em público, dizendo que discorda da medida da TSU, que o senhor primeiro-ministro anunciou com pompa e circunstância”.
O líder socialista lembrou que a descida da TSU para os empregadores, com base num aumento das contribuições dos trabalhadores para a Segurança Social, “não consta em lado algum no memorando”.
António José Seguro analisou, ainda, o diálogo que Passos Coelho travou com as bancadas da maioria parlamentar: “Em 40 minutos de conversa com a sua maioria, não teve uma palavra sobre o desemprego – e o país já tem 842 mil desempregados. As empresas não têm crédito e enfrentam problemas de tesouraria, mas não disse uma palavra sobre isso”.
“O que se pode dizer é que o senhor primeiro-ministro está em autêntico estado de negação. Onde está a sua cabeça? De que país fala?”, questionou.