“Se não tivéssemos intervindo, as propinas custariam hoje mais 500 euros por ano”, salientou o socialista, na quinta-feira, durante o debate sobre política setorial com a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Tiago Estêvão Martins referiu que, “quem foi dirigente associativo nos longos anos entre a criação das propinas até 2015, sabe que o caminho pareceu muitíssimo distante até ter começado a ser iniciado, mas hoje, em 2023, é uma certeza, porque houve o arrojo de provar que isso não era impossível”.
“Provámos que era possível não só aumentando o número de bolsas, como aumentando o investimento em Ensino Superior”, frisou.
O coordenador do Grupo Parlamentar do PS na Comissão de Educação e Ciência notou em seguida o “embaraço” do PSD quando se fala em redução de propinas: “O PSD tem tanta vergonha de dizer o que defende que acaba por ser refrescante quando temos a oportunidade de debater política”.
“Quando o PSD diz que a redução das propinas beneficia os mais ricos, nós vamos traçar aqui uma linha muito clara que nos divide, porque é o mesmo que dizer que o Estado deve ser cego à classe média”, assegurou o parlamentar, explicando que esta é a perspetiva que “historicamente teria impedido que se aumentassem vagas no Ensino Superior”.
Aqui, Tiago Estêvão Martins vincou que “esta perspetiva de que quem frequenta o Ensino Superior é uma espécie de elite privilegiada é mesmo um embuste”.
Direita desconhece a autonomia das instituições
O deputado do Partido Socialista admitiu ter ficado “espantado” durante a discussão desta tarde por a direita parlamentar achar “que o Governo escolhe os centros de investigação para onde vai o dinheiro, e achar que ao Governo compete o poder disciplinar e não às instituições, o que aliás mostra que os senhores deputados enchem a boca com a palavra ‘autonomia’ das instituições, mas desconhecem a autonomia científica, a autonomia pedagógica e a autonomia disciplinar”.
“Ficará registado como um momento baixo desta legislatura – e é preciso dizer que houve muito até agora – quando um deputado de um partido gasta os cinco minutos e meio da sua intervenção a atacar o Centro de Investigação”, lamentou, considerando o episódio “absolutamente inenarrável”.
“É um cheiro a bafio que, sinceramente, não se admite nesta casa”, criticou Tiago Estêvão Martins.