Temos de criar emprego digno, de qualidade e com futuro
“Temos de criar não só emprego, mas emprego digno e com qualidade”, para uma nova geração de jovens altamente qualificada, afirmou António Costa no debate com Passos Coelho, onde acusou o Governo de gastar milhões de euros da União Europeia para subsidiar estágios sem futuro.
Para o Secretário-geral do PS, “o que mais tem incentivado a emigração de jovens qualificados não foi só o conselho do primeiro-ministro para que emigrassem, mas principalmente o facto de essa nova geração não encontrar trabalho em Portugal e, sobretudo, trabalho digno”.
Questionado pelo jornalista Adelino Faria sobre o que pode fazer para criar emprego, António Costa afirmou que, em primeiro lugar, ao nível da política geral, “é preciso virar a página da austeridade, apostando no aumento do rendimento das famílias e na capacidade das empresas investirem”.
Em segundo lugar, defendeu o líder do PS, “são precisas políticas específicas para sectores como a restauração ou a reabilitação urbana, essenciais para criar emprego não destinado aos jovens qualificados, mas para uma geração mais velha que é duramente atingida pelo desemprego de longa duração”.
Governo gasta milhões em estágios sem futuro
Em terceiro lugar, António Costa disse que “são precisas políticas ativas de emprego focadas no essencial, e não como faz o Governo, que gasta milhões de euros da União Europeia para subsidiar estágios. Por isso, temos de concentrar a totalidade dos recursos na contratação de jovens licenciados nas empresas, em particular nas empresas mais expostas à concorrência externa, melhorando assim a sua produtividade através do conhecimento e inovação”.
Ou seja, resumiu, “temos de conseguir fazer dois em um: combater o desemprego jovem e modernizar as empresas”.
O Secretário-geral afirmou ainda que “os estudos económicos estão feitos”, sendo que, “no programa do PS, temos medidas que explicam como o emprego vai crescer, enquanto no programa de estabilidade do Governo só lá estão explicadas as políticas que não criam emprego, a continuação da política de austeridade, cortes nas pensões, mais precariedade laboral. Portanto, não irá criar emprego, mas sim destruir emprego”.
O líder socialista insistiu igualmente na ideia de que o país precisa de apostar num “aumento saudável da procura interna”, assente num maior rendimento disponível dos portugueses e na capacidade de investimento das empresas nacionais, e não no endividamento. Ou seja, exatamente o contrário do que se está a verificar.
Um programa de rigor com contas certas
No debate, António Costa voltou a insistir na tecla de que o PS apresenta um programa com contas certas, enquanto do lado da coligação não há programa, muito menos contas.
“Há uma grande diferença: o meu programa tem as contas certas, o senhor não tem programa nem mostra as contas”, sublinhou.
“Depois do incumprimento do atual primeiro-ministro, os portugueses não suportariam novo incumprimento”, afirmou o líder socialista, reiterando que o PS fez “um trabalho de grande rigor. Por isso temos estudos de impacto para cada medida. O programa não é um conjunto de palavras”.
António Costa disse ainda que o rigor do programa do PS é a prova mais evidente de uma alternativa de confiança “que visa dar tranquilidade às famílias e confiança aos empresários para retomar o investimento”.
O programa do PS, acrescentou, “é um conjunto de compromissos escritos e contas certas, sendo que cada compromisso que assumimos é um compromisso que podemos honrar. E essa é a base da confiança”.