Tem de haver respeito por posições diferentes
O secretário-geral do PS desdramatizou hoje as consequências do desacordo com o Governo sobre o Documento de Estratégia Orçamental (2012/2016), contrapondo que é bom que se saiba que há duas maneiras diferentes de governar Portugal.
“Houve muita gente que disse que o consenso [europeu, entre PS e Governo], afinal, não durou mais do que dois dias, mas o consenso não é um ato de automatismo, construindo-se antes a partir do respeito por posições diferentes”, disse.
Na questão do Documento de Estratégia Orçamental, António José Seguro disse não ver qualquer drama por o PS ter também votado contra a resolução da maioria PSD/CDS de apoio a este documento do Governo.
“Os objetivos do memorando [de assistência financeira a Portugal] não estão em causa, o PS continuará a cumpri-los e a honrá-los. Depois, entendo que é bom para Portugal que os portugueses saibam que há duas maneiras e duas alternativas de governar o país”, sustentou.
“O Governo elaborou um documento que vai para além do período de vigência do Programa Económico de Assistência Financeira a Portugal e que vai inclusivamente para além da legislatura. O Governo elaborou esse documento sem ouvir o PS. Enviou-o para Bruxelas sem discuti-lo primeiro no Parlamento”, referiu, fazendo depois alusão às críticas que o PSD fez no ano passado ao executivo a propósito do PEC IV (Programa de Estabilidade e Crescimento).
“Esqueceram-se disso rapidamente”, comentou o secretário-geral do PS, numa crítica aos sociais-democratas, antes de defender que “era um dever patriótico do Governo procurar o diálogo com o principal partido da oposição” em torno do Documento de Estratégia Orçamental.