Na sua intervenção, Ana Mendes Godinho defendeu, ainda, a necessidade de criar “limites no nosso trabalho”, por forma a conseguir um melhor equilíbrio entre a vida familiar e profissional, pelo que, segundo garantiu, estão a ser desenvolvidas iniciativas nesse sentido, nomeadamente no âmbito da agenda do trabalho digno.
“A agenda do trabalho digno inclui várias coisas, nomeadamente, o reforço dos instrumentos da autoridade do trabalho, para que, por exemplo, possa ser capaz de cruzar a informação e ter mais instrumentos legais para trabalhar”, disse a governante.
Por sua vez, as alterações ao Código do Trabalho, aprovadas esta quinta-feira, na Assembleia da República, preveem que os empregadores se abstenham de contactar os trabalhadores durante o seu período de descanso, salvo razões de força maior.
“O empregador tem o dever de se abster de contactar o trabalhador no período de descanso, ressalvadas as situações de força maior”, refere a proposta do Partido Socialista, a qual foi discutida no seio do grupo de trabalho criado para discutir a regulamentação do teletrabalho.
A ministra defende que o teletrabalho tem potencialidades e vantagens que devem ser exploradas e desenvolvidas, assumindo-se como um “instrumento poderoso” que, devidamente potenciado, pode ser promotor de igualdade.
“Acredito que o teletrabalho pode ser utilizado como ‘game changer’ [ideia com um efeito transformador da sociedade], se aproveitarmos as vantagens e retirarmos as desvantagens”, disse Ana Mendes Godinho.
“Portugal é o melhor local para trabalhar e também para estar em teletrabalho”, concluiu, ainda, a ministra do Trabalho.