Teletrabalho com regulamentação e habitação com dignidade são prioridade no pós-pandemia
“As relações laborais vão mudar e aquilo que temos de garantir é o equilíbrio entre os empregadores e os trabalhadores”, frisou a dirigente socialista no Congresso da Juventude Socialista (JS), que decorreu durante este fim-de-semana, acrescentando que “o Grupo Parlamentar do PS está a trabalhar nesta área”.
Ana Catarina Mendes recordou que “os direitos sociais vão reforçados com o Pilar Europeu dos Direitos Sociais na presidência portuguesa da União Europeia no próximo semestre”, sendo “uma prioridade absolutamente essencial para o Partido Socialista, e deve sê-lo também para a Juventude Socialista, porque o teletrabalho vai ser regulamentado de forma a que não se torne a regra para todos, mas de forma a que não ignoremos que esta pandemia nos colocou em casa a trabalhar pelas vias digitais”.
Ora, tal tem de “obedecer necessariamente à garantia dos direitos dos trabalhadores, desde logo ao direito a desligar e ao direito que todos temos que ter a boas tecnologias para podermos desempenhar bem o trabalho”, disse a socialista, que defendeu depois que “o teletrabalho não é só falarmos de um computador em casa, é falarmos de condições de habitação com dignidade que garantam que a pessoa possa prestar bem o seu trabalho”.
Já sobre a transição climática, a líder parlamentar do PS sublinhou “as boas notícias” saídas do último Conselho Europeu, que já determinou a meta para a diminuição das emissões carbónicas até 2030: “Diminuir 55% é um grande desafio”. O contributo do Grupo Parlamentar do PS, juntamente com a Juventude Socialista, é a Lei de Bases do Clima, “que também tem metas ambiciosas traçadas”, e que será aprovada no próximo mês, divulgou a socialista, uma vez que a discussão “já está agendada para dia 7 de janeiro”.
É muito diferente serem os socialistas a governar em tempo de crise em vez da direita
Salientando que o “combate às desigualdades está no ADN do Partido Socialista”, Ana Catarina Mendes aproveitou a sua intervenção para enaltecer o trabalho da ministra da Saúde, Marta Temido, durante a crise pandémica que afeta o mundo: “Tem sido inexcedível na resposta a um Serviço Nacional de Saúde pronto e eficaz e que minimize os danos que esta pandemia nos trouxe”.
A presidente da bancada do PS destacou depois o trabalho desempenhado pelo Governo português na “proteção aos rendimentos e ao emprego, seja com novas prestações sociais, seja com o reforço do subsídio social de desemprego, seja com a nossa aposta no lay-off numa primeira fase a 66% dos salários e numa segunda fase, com este Orçamento, a 100% dos salários”.
Para Ana Catarina Mendes, “é muito diferente ser a direita a governar ou serem os socialistas a governar”, estando a diferença “entre o corte de rendimentos – ou seja, de salários e de pensões – e o reforço dos rendimentos e a manutenção do emprego. A diferença é entre ter uma agenda social comprometida com a proteção social, com o desenvolvimento e com a coesão social que é precisa numa sociedade em momentos de crise, ou deixar as pessoas ao seu abandono, como a direita fez na última crise”.
A líder parlamentar do PS agradeceu depois o percurso de Maria Begonha, que hoje cessa funções como secretária-geral da Juventude Socialista, pelo “trabalho que tem tido em garantir que a agenda da Juventude Socialista se cumpra também no Parlamento”. Fazendo uma “avaliação muito positiva da dedicação, empenho e trabalho”, Ana Catarina Mendes anunciou que Maria Begonha “manter-se-á como vice-presidente da bancada do Partido Socialista com o pelouro da habitação”.
Dirigindo-se depois a Miguel Costa Matos, que assume a partir de agora a liderança da JS, destacou o seu trabalho enquanto deputado, que “ficará sempre associado à Lei de Bases do Clima”. “A Juventude Socialista fica bem entregue a um jovem de fortes convicções, de enorme trabalho e de enorme dedicação à causa pública”, assegurou.
Ana Catarina Mendes admitiu ser “um orgulho ter uma JS tão empenhada e tão comprometida com o desenvolvimento do país”.