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Teixeira dos Santos critica medidas populistas do PSD

Teixeira dos Santos critica medidas populistas do PSD

Teixeira dos Santos, criticou hoje, na sessão de abertura do Campus da JS “Summer Fest”, o programa eleitoral do PSD, pois considera que “acenar” agora com uma descida de impostos é “populismo” que colocaria em causa a saúde das finanças públicas.

Perante medidas de descida da carga fiscal previstas no programa eleitoral do PSD, Teixeira dos Santos colocou em causa a sua exequibilidade. “Sem saúde das finanças públicas não há confiança no país e nos nossos mercados, e não vejo como se consegue tão facilmente estar a acenar aos portugueses com promessas de descida de impostos”, declarou.

“Não quero enganar ninguém. Entendo que Portugal não deve aumentar os impostos, porque isso seria errado, já que o objectivo deve ser controlar e reduzir a despesa. Mas também não caio na tentação fácil, populista, de acenar com descidas de impostos, quando elas me parecem muito difíceis”, afirmou Teixeira dos Santos, que disse depois que as propostas de descida de impostos devem ser claramente explicadas, designadamente sobre “o que terá de ser cortado, ou que sectores serão privatizados”.

“Acho que não é possível neste momento reduzir impostos sem pôr em causa a saúde das finanças públicas e fazer regressar uma crise orçamental – uma crise de resto que Portugal herdou após ter seguido uma política de disfarce das dificuldades orçamentais. Parece agora que estamos perante um regresso ao passado”, afirmou o ministro das Finanças, numa crítica indirecta à líder do PSD, Manuela Ferreira Leite.

Teixeira dos Santos também se demarcou do programa do PSD, defendendo que as medidas excepcionais anti-crise, de intervenção do Estado na economia, “terão de ser mantidas até que haja sinais consolidados e fortes de que o país está perante uma recuperação firme”.

O ministro das Finanças condenou também as perspectivas políticas “isolacionistas” do PSD, afirmando que “temos de reagir ao isolacionismo. Portugal não pode ser uma jangada de pedra no meio do atlântico e a Europa não pode começar em Badajoz. A Europa tem de começar em Portugal e Portugal tem de estar envolvido nas principais redes europeias de comunicações, de educação, de cultura e de tecnologias”, disse.

Jorge Lacão, presente na mesma sessão, reforçou as afirmações de Teixeira dos Santos, referindo-se ao peso que teve o isolacionismo na última décadas da História de Portugal, designadamente no período do Estado Novo, através das políticas de condicionamento industrial e de comércio fechado limitado às antigas colónias.

“Essa política ficou espatifada”, defendeu, antes de também se referir à oposição que enfrentou Mário Soares enquanto primeiro-ministro no seu esforço para que Portugal aderisse à então Comunidade Económica Europeia.