Sustentabilidade tem que ser um compromisso e não uma ideia de marketing
Intervindo no painel “Da ciência à ação: que políticas?”, Serrão Santos sustentou que esse compromisso “deve levar muito a sério os diferentes e contrastantes níveis de desenvolvimento entre regiões e países”, salientando que “os que têm maior risco de deterioração das condições ambientais são precisamente os menos desenvolvidos”.
Apontando o exemplo dos “estados insulares em desenvolvimento e outras regiões arquipelágicas que enfrentam ameaças especiais”, precisou que são estes “os mais vulneráveis aos riscos oceânicos e costeiros”.
O eurodeputado, que é coordenador para os assuntos do mar e pescas do grupo parlamentar dos socialistas europeus, chamou a atenção para o facto de termos “diante de nós uma “estrada longa e sinuosa” a percorrer nesta matéria, salientando que o sucesso “está longe de estar garantido”.
Embora realçando os sucessos alcançados, como o “Acordo de Paris sobre o clima” de 2015 e a agenda sobre os “objetivos de desenvolvimento sustentável”, enfatizou que “também nos deparamos com obstáculos políticos de natureza e prognóstico pouco claros”, como é o caso “daqueles que não reconhecem que o planeta mudou por causa da ação humana”.
“Se essas mudanças não forem urgentemente e eficientemente mitigadas, afetarão o futuro de nossa civilização tal como a conhecemos. A política de negação é um crime contra o planeta”, acentuou.
A finalizar a sua intervenção, o eurodeputado socialista sustentou que “a batalha pelo planeta vale a pena”, devendo ser “uma batalha para melhorar o sistema de governança global, inspirado e liderado pelo conhecimento científico”.
A conferência intergovernamental “Da COP21 à Década das Nações Unidas para a Ciência dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030)”, que se realizou na sede daquela instituição em Paris, contou com a participação, entre outros, do Diretor geral da UNESCO, Andrey Azouley, do ministro do Ensino Superior de França, Frederique Vidal, e de Ana Paula Vitorino, ministra do Mar de Portugal.