Subida do ‘rating’ português confirma resultado das boas políticas
Na sexta-feira, a Fitch subiu em dois níveis o ‘rating’ de Portugal, de ‘BB+’ para ‘BBB’, um grau de investimento de qualidade, sendo esta a primeira vez que uma das principais agências de notação melhora a avaliação da dívida pública portuguesa em dois patamares.
“Estes resultados não são fruto de milagres, são fruto do trabalho dos portugueses, do investimento dos empresários e da forma como o Estado tem sabido implementar boas políticas”, disse António Costa, em Figueiró dos Vinhos, à margem da visita que efetuou à região centro do país.
Salientando que a situação do país é “completamente” distinta de 2011, o primeiro-ministro frisou que “hoje temos uma situação de crescimento sustentado, redução sustentada do desemprego, e controlo do défice e redução da dívida”, destacando também que a melhoria do ‘rating’ português já se traduz na redução das taxas de juro que o país paga, dos cerca de 0,4% no início do ano para um valor atual abaixo dos 0,2%.
“Esta redução vai ter impacto, mas temos, sobretudo, de nos concentrar em dar continuidade às boas políticas que têm permitido estes resultados. E, por isso, é importante continuarmos a fazer bom trabalho”, referiu.
António Costa acentuou ainda que têm sido as boas políticas do Governo que têm “permitido a recuperação de rendimentos das famílias, o aumento do investimento, o crescimento sustentável das exportações e um bom rigor na execução da despesa pública, uma redução continuada do défice e o início da redução da dívida”.
Portugal entra numa liga “mais relevante”
Também o ministro das Finanças, Mário Centeno, comentou com satisfação a notícia da revisão da Fitch, considerando que se trata de uma “boa notícia” para a economia do país, permitindo a Portugal entrar “numa liga mais relevante”.
“Naturalmente são boas notícias para a economia portuguesa”, disse Mário Centeno, salientando que a “dívida portuguesa hoje passou mais um teste na classificação e entrou numa liga mais relevante”, com a redução de custos de financiamento a colocar Portugal num nível de investimento que “vai acelerar nos próximos tempos”.
“Há decisões que vão ser tomadas no futuro por outras agências que, com uma enorme probabilidade, seguirão a mesma trajetória”, disse, em alusão à expetativa de que a Moody’s possa seguir em breve os exemplos da S&P e da Fitch.
“Nós temos vindo a fazer um trajeto de grande credibilidade junto dos portugueses, dos mercados internacionais e das instituições internacionais e esta decisão de hoje dá-nos um certo alento para continuar neste trajeto”, considerou o titular das Finanças, advogando que o caminho de sustentabilidade é para manter.
“Todos temos de ter a consciência de que isto é um processo muito longo, que vai seguramente trazer o país para níveis de prosperidade que, com sustentabilidade, todos desejamos e é esse o espírito que temos de almejar: mais, mas na mesma direção”, defendeu.