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Soromenho Marques: Culpa moral?

Soromenho Marques: Culpa moral?

O Professor Soromenho Marques proferiu a intervenção de fundo do jantar/debate na Universidade de Verão do PS, dando origem aos primeiros momentos de contraditório e opinião.

Debruçou-se sobre a génese da crise europeia pronunciando-se contra as supostas “culpas morais” dos estados endividados. “A crise é de lideranças e ausência de estratégia europeia”. Em particular há uma ausência de poder dos Estados na emissão de moeda. E o Tratado Europeu impede que o BCE seja um real banco central. Sem a construção de um Federalismo (“o federalismo europeu não é um papão”) estamos condenados a uma agonia prolongada – que este governo parece apoiar – ou à fragmentação.

Referiu três cenários possíveis para esta europa, se não se mudar de caminho, uma agonia prolongada, a fragmentação europeia ou uma verdadeira opção federal, assim como a absoluta necessidade de reformar o tratado europeu que se apresenta como um entrave efetivo para que a Europa possa tomar as atitudes necessárias à resolução dos graves problemas associados às dívidas públicas.

O tema da “culpa moral” gerou polémica nas intervenções seguintes. Vários alunos manifestaram a sua convicção que Portugal tem responsabilidades por ter vivido acima das suas possibilidades.

Capoulas Santos, na sua intervenção como moderador, considerou que na atualidade os egoísmos nacionais têm-se aprofundado gravemente, estando cada vez mais distante da União Europeia as teses federalistas. A esquerda e os socialistas devem honrar a sua história e reafirmar o compromisso do aprofundamento da Europa para um modelo federal. Finalizou considerando que apesar das divergências, os europeus estão condenados a entenderem-se.