A parlamentar, que começou por recordar, durante a interpelação ao Governo sobre saúde requerida pelo PSD, que o SNS tem hoje mais 345 mil inscritos, “quase 20 mil só este ano”, questionou depois como pode aquele partido pretender governar com um discurso de que o Serviço Nacional de Saúde está em “colapso”, quando está “melhor do que estava em 2015”, ano em que PSD e CDS saíram do Governo.
“Como pode o PSD querer ser alternativa e o senhor deputado Batista Leite aspirante a Ministro da Saúde quando perante esta realidade vem aqui dizer que os portugueses não confiam no SNS, têm medo de não ter resposta no SNS, resposta que hoje, depois de dois anos de pandemia, recupera para os melhores números de 2019?”, perguntou a coordenadora dos deputados socialistas na Comissão Parlamentar de Saúde.
Sónia Fertuzinhos traduziu ainda o que significa, na prática, o discurso do PSD de que todos os portugueses teriam consultas e cirurgias na hora se fossem Governo: “Significa enviar os portugueses para o privado, fortalecer o privado no que é fácil, para deixar para o SNS o que o privado não quer e os seguros não pagam, nem poderiam pagar”.
A deputada, em relação aos pedidos de esclarecimento feitos pelos deputados socialistas ao deputado do PSD, sublinhou que “17 perguntas, dois minutos de resposta, mais do que tudo significam a incapacidade de o PSD manter o discurso de que o SNS está doente quando confrontado com a realidade de um país que prova que hoje, em 2021, o SNS está melhor do que estava em 2015”.
“Tão irresponsável como dizer que está tudo bem é dizer que está tudo mal”, acusou a parlamentar socialista, afirmando que o discurso do PSD de que o SNS está em colapso, “não só não é verdade, como nada mais, nada menos é do que uma instrumentalização inaceitável dos portugueses com problemas de saúde”.
Sónia Fertuzinhos deixou depois uma saudação aos profissionais de saúde que, “mesmo exaustos com a pandemia, continuam a dar tudo para que os números das consultas hospitalares, de medicina familiar, de cirurgias e de rastreios oncológicos aumentem”.
A deputada asseverou, por último, que “quem está neste debate para defender o SNS universal e que não deixa ninguém para trás” é o Governo e o Grupo Parlamentar do PS, que “vai continuar a trabalhar para o SNS de qualidade e para todos”.
Deputados do PS fazem 17 perguntas sobre saúde
Na interpelação do PSD ao Governo sobre saúde, 17 deputados do PS fizeram breves pedidos de esclarecimento à bancada social democrata sobre os investimentos na área da saúde em vários distritos nos últimos seis anos de governação socialista.
Nessas perguntas, a deputada Susana Correia refutou a “teoria do caos” apresentada pelo PSD, apontando o exemplo do reforço do número de camas nos cuidados intensivos no distrito de Aveiro, enquanto a deputada Telma Guerreiro lembrava, por sua vez, que foi aquele partido que “travou o plano nacional para a saúde mental quando as famílias mais precisavam”, assinalando que esta é uma prioridade para o Governo do PS, na qual já fez um investimento de 85 milhões de euros.
“Bem prega frei Tomás, temos provas do que o Governo PSD faz na área da saúde: cortes e mais cortes”, acusou, por sua vez, a deputada Hortense Martins, que recordou os vários investimentos em recursos humanos, infraestruturas, e equipamentos no distrito de Castelo Branco.
Já o deputado Tiago Barbosa Ribeiro disse estranhar que o deputado do PSD não voltasse a referir o novo centro pediátrico do hospital de S. João, que recebeu esta semana as primeiras crianças. “Depois de anos e anos de impasses com o vosso Governo, houve um governo do Partido Socialista que inscreveu a obra com uma dotação extraordinária no orçamento de 2019”, lembrou, notando que a “obra foi cumprida nos prazos e nos orçamentos”.
Por seu turno, o deputado Ascenso Simões acusou o social democrata de ter “pintado um quadro negro” sobre o setor da saúde, quando esse é o estado do PSD, sublinhando a contratação de 300 enfermeiros para o centro hospitalar de Vila Real.
Aos pedidos de esclarecimento da bancada do PS, o deputado do PSD não se dignou responder, como foi enfatizado pelo vice-presidente do Grupo Parlamentar, Luís Testa.