Solução governativa de justiça social e progresso do país é para replicar em 2019
Para Ana Catarina Mendes, mesmo que o PS alcance a maioria absoluta, a vontade dos socialistas é que se repita a “mesma solução governativa” que desde finais de 2015 tem trazido mais justiça social e progresso económico ao país e aos portugueses, garantindo nesta entrevista que a próxima reunião magna dos socialistas será um Congresso “programático a olhar para o futuro”.
E o futuro, segundo a Secretária-geral adjunta do PS, encerra um conjunto vasto de problemas essenciais com que a sociedade portuguesa, a Europa e o mundo se confrontam, desde logo, como sublinhou nesta entrevista, questões como as relacionadas, sobretudo a nível interno, com a prevenção dos incêndios florestais e a gestão da floresta, a batalha pela sociedade digital, e a necessidade de todos melhorarmos e de “ficarmos mais sensibilizados” e alertados para os fenómenos das alterações climáticas, não apenas, como salientou, “porque dependemos muito da energia externa”, mas também porque é preciso “voltar a pensar na nossa organização em sociedade, e da forma como queremos estar na vida”.
Mas outros temas e outros desafios, como referiu, farão igualmente parte dos trabalhos do próximo Congresso e, caso o PS ganhe as próximas legislativas de 2019, da agenda do futuro Governo socialista, como é o caso, entre muitos outros, de temas como o clima, a digitalização, a demografia, os problema da desigualdade, os serviços públicos, para além, naturalmente, como referiu ainda, de um debate que é preciso ter sobre as relações laborais e as modificações que são necessárias introduzir no atual statu quo da lei laboral, lembrando a este propósito Ana Catarina Mendes que “não é possível olharmos para o mundo do trabalho hoje da mesma forma como o olhávamos, não há 20, mas apenas há cinco anos”.
Continuar o caminho
Depois de afirmar que o PS conta com o trabalho e o empenhamento do ministro Mário Centeno para prosseguir com a consolidação dos bons resultados económicos e financeiros, que “muito têm ajudado a aumentar a credibilidade externa” de Portugal, a Secretária-geral adjunta garantiu que, caso Mário Centeno se mostre disponível, “será seguramente um ativo muito importante no futuro do PS nas próximas eleições”.
Segundo a também deputada socialista, o primeiro-ministro, António Costa, tem demonstrado que o caminho que o Governo tem trilhado, ao longo destes dois anos e meio, tem sido o mais acertado e adequado, não só para melhorar as condições de vida das pessoas e criar mais emprego, mas também para “recuperar o que foi desmantelado nos serviços públicos”, realçando acreditar que o próximo Programa de Estabilidade “vá ao encontro deste caminho” que, em sua opinião, “é o único que permite uma consolidação das contas públicas”, para que se possa ultrapassar as muitas e desnecessárias medidas de austeridade que “nos foram impostas”.
Apesar dos assinaláveis progressos que o país tem conseguido, quer a nível económico e financeiro, quer do ponto de vista dos ganhos sociais, quer ainda no que está diretamente relacionado com a consolidação orçamental, a Secretária-geral adjunta do PS lembra, contudo, que nada é possível fazer-se de um dia para outro, e que sobretudo, como acrescentou, devem ser evitados os exemplos que vêm de trás, em que se quis uma “consolidação de contas públicas de forma artificial”, que se veio a revelar um descalabro absoluto.
Continuar a investir na Cultura, na Educação, na Saúde e na Proteção Social, designadamente, é, na opinião da dirigente do PS, o caminho certo que tem de ser prosseguido, ao mesmo tempo que tem de se continuar a apostar em políticas de poupanças, que sejam capazes de “dar resposta às necessidades” do país, manifestando Ana Catarina Mendes o desejo de que, nas próximas legislativas, o PS possa beneficiar de “uma grande vitória”, que permita, como advogou, que os “alívios que não se possam fazer agora possam vir a fazer-se na próxima legislatura”.