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Solução assegura justiça e recupera confiança no sistema financeiro

Solução assegura justiça e recupera confiança no sistema financeiro

O primeiro-ministro, António Costa, apresentou ontem publicamente os resultados do processo de diálogo com os titulares de papel comercial do grupo Espírito Santo, salientando que foi possível alcançar uma solução para os “lesados do BES” que permite assegurar justiça e minimizar as perdas existentes e, simultaneamente, reforçar a credibilidade e a confiança no sistema financeiro.
Bons resultados antecipam saída do procedimento por défice excessivo

“Conseguimos uma solução que não isenta de pagar quem tem obrigação de pagar, permite a quem tem direito a receber que possa antecipar o que tem direito a receber, e garante aos contribuintes que não terão que assegurar, com o seu esforço financeiro, a ultrapassagem desta situação”, afirmou o líder do Governo.

Hoje, acrescentou António Costa, “não endireitámos a sombra de uma vara torta, mas acho que cumprimos o nosso dever: o dever de procurar assegurar justiça, e de, sobretudo, nos empenharmos em ultrapassar uma situação de conflito, que fragilizava a confiança nas instituições, nos produtos financeiros existentes no mercado, e podermos chegar a este momento com o sentimento do dever cumprido”.

Diogo Lacerda Machado, falando na qualidade de porta-voz do grupo de trabalho, explicou que os clientes lesados disponibilizaram-se a abdicar de grande parte dos créditos que reclamam, que ascendem a cerca de 485 milhões de euros, estando dispostos a receber cerca 286 milhões de euros.

Por seu lado, o presidente da associação que representa os lesados do papel comercial do BES, considerou que a solução encontrada traz a sensação de “dever cumprido”, elogiando o papel do primeiro-ministro neste processo, ao perceber que “era um problema do país”.

António Costa fez questão de agradecer a disponibilidade manifestada pela associação dos lesados para se sentar à mesa e procurar encontrar uma solução, sacrificando mesmo “parte do que legitimamente entendiam ter direito a receber”, estendendo o agradecimento ao “grande empenho” que o Banco de Portugal e a Comissão do Mercado de Valores tiveram no processo.

“A solução que hoje é apresentada aos diferentes lesados do BES, para que cada um possa avaliar e decidir da sua adesão a esta solução, é o compromisso equilibrado que procura minimizar as perdas existentes”, acrescentou o primeiro-ministro.

António Costa congratulou-se ainda com as melhorias que vão sendo apresentadas no sistema financeiro, referindo o processo de capitalização da CGD aprovado pelas instituições europeias, a resolução dos contenciosos em matéria de exposição da banca portuguesa a outros mercados e o investimento direto estrangeiro na capitalização dos bancos privados.

“Temos, por isso, boas razões para que os portugueses tenham confiança nas suas instituições financeiras, nas entidades reguladoras do sistema financeiro, e nos produtos financeiros que estão colocados no mercado”, afirmou.