Socialistas querem estratégia global europeia para combater desigualdades salariais
“Nós esperamos uma estratégia global e esperamos sobretudo que essa estratégia global inclua várias dimensões”, desenvolvidas por quem, no colégio de comissários, possa exercer essa influência, afirmou a parlamentar portuguesa, no debate realizado em Estrasburgo.
“Não basta ter uma comissária que é responsável pela igualdade de oportunidades, é fundamental que essa pessoa tenha poder dentro da Comissão e tenha capacidade de influenciar os restantes membros do colégio”, acentuou Margarida Marques.
Falta consciência social sobre as desigualdades
Intervindo no mesmo debate, a eurodeputada Isabel Estrada Carvalhais afirmou que as desigualdades salariais entre homens e mulheres são “aberrantes e intoleráveis”, reiterando, também, a necessidade de uma “estratégia abrangente” que lute “contra os estereótipos de género, feita, desde logo, dentro da educação para a cidadania em contexto escolar”.
Sendo feminina cerca de 60% da população com qualificações superiores, “as mulheres continuam sub-representadas nos lugares de gestão e de direção. Situação que se verifica também na agricultura, onde apenas 30% das explorações agrícolas na União Europeia são geridas por mulheres quase sempre ligadas a tarefas menos remuneradas”, descreveu a deputada.
Para Isabel Estrada Carvalhais, “a falta de uma verdadeira consciência social sobre a gravidade deste problema” persiste. “Há uma espécie de complacência coletiva em relação a esta questão, como se numa lista de prioridades, houvesse sempre outras que a ultrapassam em relevância moral”, observou.