Socialistas europeus destacam “bom sinal” na evolução dos acordos comerciais com América Latina
Para Francisco Assis, os importantes avanços recentemente alcançados pela União Europeia no processo do acordo com o Mercosul e na renovação e modernização dos acordos comerciais com o México e com o Chile enviam “um bom sinal ao mundo numa altura em que o fantasma protecionista se volta a impor em várias regiões e entre várias famílias políticas”.
Neste sentido, defendeu, é “importante que prevaleça um consenso alargado entre algumas das principais famílias políticas europeias no sentido de continuarmos a favorecer o comércio livre, naturalmente que balizado pelas devidas regras, porque nós não acreditamos no protecionismo”.
Para reforçar a ideia, o deputado socialista evocou a presença de António Costa em Estrasburgo. “Foi com grande alegria que ouvi hoje o primeiro-ministro do meu país dirigir-se ao Parlamento fazendo questão de salientar que é um defensor do livre comércio e dos tratados comerciais e um grande adversário do protecionismo”, declarou.
Referindo-se em particular ao Acordo de Associação entre a UE e o Mercosul, Francisco Assis manifestou a convicção de que os dois blocos se encontram “num momento vital e que nos últimos 18 meses se avançou porventura mais do que nos últimos 15 anos”, explicando que a evolução dos países latino-americanos para uma posição de maior abertura “não foi apenas uma evolução das autoridades políticas mas das próprias sociedades civis, que compreenderam que teriam tudo a ganhar se se inserissem nos fluxos das relações comerciais internacionais e em particular se se aproximassem da União Europeia”.
Segundo o presidente da delegação do Parlamento Europeu para as Relações com os Países do Mercosul, “não podemos permanecer insensíveis aos passos muito importantes dados pelos sul-americanos e a União Europeia tem que estar à altura das suas responsabilidades”. O deputado regozijou-se pelo facto de “alguns Estados-membros que estavam mais reticentes, com base em razões respeitáveis, mas que estavam a ser impeditivas da concretização do acordo, terem alterado a sua posição”, parecendo-lhe que alguns problemas que ainda subsistem “não são problemas inultrapassáveis”.
Por tais motivos, Francisco Assis disse a Cecilia Malmstrom ter “a convicção de que vamos finalmente celebrar este acordo da maior importância”, tanto mais que, por ser um acordo de associação política, “tem, para além da componente comercial, uma componente de cooperação que é absolutamente fundamental”.