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Só um acordo serve o Euro e Portugal

Só um acordo serve o Euro e Portugal

O insucesso das negociações entre o governo grego e os parceiros europeus não é uma boa notícia para a União Europeia. 

E suscita legítima preocupação a quem tem uma postura responsável perante os riscos que comporta para a confiança no euro. O interesse nacional, o interesse das famílias e das empresas portuguesas, é fortalecer a zona euro e a capacidade de intervenção do BCE, como sempre defendeu o PS, contra a posição do Governo.

É urgente substituir o confronto entre posições radicais por uma negociação construtiva. A intranquilidade que estamos a viver demonstra a imprudência de quem, como o governo português, não se empenhou num acordo e o erro estratégico de quem pensa ser possível virar a página da austeridade numa posição unilateral de confronto.

A posição construtiva do PS, ao apresentar o Novo Impulso para a Convergência, já aprovado pelo Partido Socialista Europeu, é o exemplo que deve ser seguido na construção de alianças à escala europeia que permitam construir alternativas no quadro do euro.

Não é a primeira vez que um Estado-membro recorre ao referendo para decidir questões com a UE e devemos respeitar essa decisão, como sempre respeitámos nos outros Estados-membros.

É o povo grego que deve decidir e compete-nos a nós respeitar esse debate que nesta fase lhe pertence. Nunca esquecendo, porém, que não há divergências políticas que possam ignorar a solidariedade devida ao povo grego.

Decisivo é que, qualquer que seja o resultado do referendo, com este ou outro plano, seja garantida a integridade da zona euro, o financiamento das economias e uma política económica que permita o crescimento, a convergência e a criação de emprego.

A Grécia é o trágico exemplo do insucesso da austeridade. Na zona euro nenhum país sofreu tanta austeridade e nenhum está em pior situação.

António Costa, Secretário-geral do PS