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Só o voto no PS pode liderar combate à direita conservadora europeia

Só o voto no PS pode liderar combate à direita conservadora europeia

O Secretário-geral socialista criticou ontem à noite, em Setúbal, os partidos à esquerda do PS por ainda não terem compreendido que é melhor “estar numa posição de poder” do que insistentemente “isolados numa atitude de protesto”.

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Só o voto no PS pode liderar combate à direita conservadora europeia

O líder socialista censurou ontem, no encerramento de um jantar comício em Setúbal, a postura assumida por BE e PCP, ao insistirem em ter uma atitude política que considerou dúbia perante os grandes desafios do futuro do projeto europeu, lamentando que, três anos e meio após terem “construído connosco a atual solução governativa”, ainda não tenham entendido que “mais vale estarem comprometidos com uma solução de Governo do que conservar uma posição isolada de protesto”.

António Costa lamenta, sobretudo, que a nível europeu essa não esteja a ser a postura escolhida, lembrando que o voto de protesto até “pode lavar a consciência”, mas que certamente “em nada ajuda a resolver qualquer problema”.

Segundo o Secretário-geral do PS e primeiro-ministro, o que os portugueses querem e exigem dos seus políticos não são atitudes permanentes de protesto ou críticas sem soluções alternativas sustentáveis, mas sim respostas efetivas com “soluções concretas” para a vida de cada um, que “criem emprego, melhorem rendimentos e devolvam confiança no futuro dos seus filhos”.

Acreditando que “só o voto nos socialistas” pode derrotar a direita conservadora apoiada pelo PSD e pelo CDS e a extrema-direita nas próximas eleições para o Parlamento Europeu, António Costa esclareceu o sistema de relações do PS nas instituições europeias, garantindo que “chegou a hora de fazer à escala europeia uma grande frente de progresso”, seguindo aliás o exemplo, como assinalou, “do que se conseguiu em Portugal”, de forma a “virar a página da gestão da direita conservadora na Europa”.

Conquistar apoios para uma maioria progressista europeia

Para derrotar a direita conservadora e afastá-la por muitos e bons anos da gestão das instituições europeias, o PS, garantiu António Costa, não tem qualquer embaraço ou constrangimento em querer conquistar novas amizades e novos apoios, recordando a este propósito que a vida política também se faz criando “novas pontes e novas amizades” que possam de algum modo ajudar a construir uma nova maioria na Europa capaz de “derrotar a direita conservadora”.

Neste sentido, disse estar “orgulhoso” de ter recebido mensagens de apoio, por ocasião da Convenção Europeia do PS, à sua ambição de criar uma frente de progresso na Europa, quer da parte do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, “uma referência da esquerda europeia”, quer do Presidente da França, Emmanuel Macron, alguém que sendo um liberal e um conservador “é absolutamente indispensável para a criação de uma frente de progresso”, orgulho que António Costa disse dever ser também estendido ao convite que lhe foi endereçado, por estes dois lideres europeus, para que envie uma mensagem aos seus respetivos congressos partidários.

Passos Coelho fez regressar o retrovisor da austeridade

Momento mais distendido aconteceu quando António Costa se referiu à reaparição de Passos Coelho na cena politica, num comício em Cascais ao lado do cabeça de lista do PSD, afirmando que o ex-primeiro-ministro veio igual a si próprio demonstrando que continua a “encarar o futuro pelo espelho retrovisor dos tempos da austeridade”, com cortes nos salários e nas pensões e com os enormes aumentos de impostos.

Para António Costa, ao contrário do que a direita imaginava e “até desejava”, o diabo acabou por não vir, defendendo o líder socialista que o regresso de Passos Coelho à cena política “diz tudo do que vai na alma” dos partidos da direita e de como eles veem o futuro de Portugal, aproveitando ainda censurar o cabeça de lista do PSD às europeias por ter, em pleno plenário do Parlamento Europeu, “erguido a voz não para defender Portugal ou os portugueses”, mas para pedir à Comissão Europeia que viesse a Portugal “impedir o acordo” do PS com os partido à sua esquerda.