Só o PS pode unir os portugueses
A defesa do Estado Social, fundamental para assegurar a coesão social e territorial, marcou as intervenções do Secretário-geral do PS na sua passagem pelos distritos de Castelo Branco e Guarda. António Costa salientou que o PS é o único partido com condições para “unir os portugueses” e reafirmou que está na hora de “mudar de política” e “dar uma vitória” aos socialistas nas legislativas de 4 de outubro.
Um dia em cheio por terras do interior, que terminou em Seia, distrito da Guarda, num jantar-comício, onde o Secretário-geral do PS acusou o Governo de ter pretendido criar uma “fratura” entre gerações, designadamente entre jovens e idosos.
Na sua intervenção, António Costa não pôde deixar passar o facto de a coligação PSD/CDS ter colocado como seu cabeça de lista no distrito, Carlos Peixoto, que ganhou triste fama por ter chamado aos idosos “peste grisalha”, num texto de opinião publicado no jornal “i” em 2013.
Por isso, o líder socialista disse que a coligação de direita devia meter Carlos Peixoto como “último dos suplentes” na sua lista às legislativas de outubro, mas colocou o dirigente laranja como cabeça de lista.
“PSD e CDS não se envergonham de escolher para cabeça de lista na Guarda quem olha para os idosos como se fossem uma peste grisalha”, disse.
“Para nós uma sociedade tem de ser como uma família, onde todos temos de estar uns para os outros para nos apoiar quando mais necessitamos. Eu desejo o melhor para os meus próprios filhos, como é evidente, mas não aceito ter de escolher entre o futuro dos filhos e o presente da minha mãe”, sublinhou.
António Costa reafirmou que com o PS no Governo será reposto na íntegra “aquilo que o Tribunal Constitucional disse que era necessário garantir: a integralidade da pensão a que os idosos têm direito”, acrescentando que “esse é um direito que o PS garantirá a todos os idosos”.
O líder socialista lembrou, a propósito, que um total de 70 mil reformados “perderam o complemento social para idosos” porque este Governo “alterou as condições de acesso a esta prestação”, privando este grupo de pessoas “de uma medida fundamental no combate à pobreza”.
Antes, num comício no pavilhão de exposição do Núcleo Empresarial da Região de Castelo Branco (NERCAB), superlotado, António Costa afirmou que o PS é a única força política capaz de unir os portugueses e dialogar com todas as correntes ideológicas, desde a democrata-cristã à comunista, assim como juntar sindicalistas e empresários.
O PS é desde a Revolução de 25 de Abril de 1974 “o partido do diálogo” e que “sempre soube unir o país em todos os momentos de crise”.
Estado Social será preservado
Na sua intervenção, o Secretário-geral do PS salientou que as duas próximas semanas serão “decisivas” para “correr com eles”, numa alusão à coligação PSD/CDS, reafirmando que, com os socialistas, não haverá aventuras ou brincadeiras e o Estado social será preservado.
António Costa voltou a acusar a maioria PSD/CDS de pretender destruir o Estado Social. “Importa saber se queremos melhorar a escola pública e o Serviço Nacional de Saúde, defendendo o sistema público de pensões, ou se estamos disponíveis para correr o risco de privatizar a Segurança Social, desmembrar o Serviço Nacional de Saúde e a escola pública. Eu digo: connosco não há aventuras, connosco não há brincadeiras”, disse.
“Chegou a hora de dizer na cara deste Governo e na cara da coligação de direita aquilo que todos os dias nos dizem. Ou seja, que está na hora de mudar de política, de acabar com este Governo e dar uma vitória ao PS”, acrescentou.
António Costa esteve ainda no Fundão e visitou a Feira de Alpedrinha, onde recebeu como presente um chocalho artesanal e foi alvo de fortes manifestações de apoio e simpatia dos cidadãos.
Em defesa do SNS
Num almoço com apoiantes na Covilhã, o Secretário-geral do PS centrou grande parte do seu discurso na defesa do Sistema Nacional de Saúde (SNS), acusando o Governo de criar uma medida para “eleitor ver” no sector da saúde, com o “tão anunciado sistema de incentivos para a fixação de médicos no interior, que não passou de mais uma medida anunciada em ano eleitoral, mas que não passou do papel”.
António Costa lembrou ainda a escolha de António Arnaut para mandatário nacional para as legislativas, que considerou uma mensagem enviada a todos os portugueses de que o “SNS é uma obra de que o PS se orgulha e que o PS está aqui para defender e se bater por ele”.
“Não haverá desenvolvimento do interior do país se não tivermos um SNS de qualidade”, acrescentou.
O dia de António Costa pelas Beiras começou com uma visita ao Centro Hospitalar da Covilhã, onde esteve acompanhado pelos candidatos a deputados socialistas pelo círculo eleitoral de Castelo Branco.
No final de uma visita de uma hora, o Secretário-geral do PS salientou que “a defesa do SNS, o acesso à escola pública e a garantia de um regime público de pensões são fatores absolutamente essenciais para a defesa do nosso modelo social”, alertando, no entanto, que “o objetivo escondido e não assumido por parte da coligação de direita é privatizar as receitas da Segurança Social, transferir recursos fundamentais para a escola privada e desviar recursos do SNS para financiar a medicina privada e desmembrar este sistema público”.
António Costa desmontou depois o conceito enganador propagado pela direita da chamada “liberdade de escolha”.
O líder socialista defendeu que “a liberdade de escolha só existe efetivamente quando quem não tem nenhum recurso pode encontrar numa escola para os seus filhos, numa saúde para si próprio e numa Segurança Social para os seus pais a mesma proteção que encontraria se tivesse recursos para recorrer ao sistema privado. A liberdade é a liberdade dos fracos”, acrescentando que “liberdade não é reforçar a oportunidade dos que têm mais recursos para poderem deixar de contribuir solidariamente para uma sociedade mais inclusiva”.