“Só teremos um Governo com estabilidade em Portugal se o PS tiver uma grande vitória nas eleições legislativas”, disse Pedro Nuno Santos, assinalando que o presidente do PSD, Luís Montenegro, reconhece, nas atuais circunstâncias, não ter condições de governabilidade.
Referindo que se afigura como pouco provável, aos dias de hoje, que qualquer partido possa gerar, por si só, uma maioria absoluta, o líder socialista observou que o PSD se coloca fora da equação.
“O meu principal adversário diz que não governa se ficar em segundo e diz que não governa com o Chega. Então, não tem forma de governar”, apontou.
Pegando no mote da intervenção inicial do presidente da Confederação do Turismo de Portugal, que valorizara a maioria absoluta obtida pelo PS nas legislativas de janeiro de 2022, por representar a perspetiva de estabilidade politica no país, Pedro Nuno Santos enfatizou que os socialistas são quem melhor pode garantir condições de governabilidade.
“Tenho dito ao longo do tempo e continuarei a dizer: Não sabemos qual a configuração parlamentar que sairá das eleições de 10 de março, mas sabemos que o Governo será mais estável – falo por mim – quanto mais força tiver o PS. A nossa concentração é ter um resultado que garanta a Portugal um Governo com estabilidade, liderado pelo PS”, reforçou.
O Secretário-Geral do PS lembrou mesmo que essa capacidade de encontrar soluções de governabilidade ficou demonstrada no primeiro executivo de António Costa, ancorado numa solução parlamentar que se revelou estável e contrariou desconfianças.
“Aposto que aqui não há nenhum empresário que, entre 2015 e 2019, não tenha visto a situação da sua empresa a melhorar. Até admito situações excecionais, mas foram quatro anos de crescimento, de recuperação. As empresas ganharam mais, não saíram em 2019 a perder face a 2015”, sustentou.
Portugal tem de avançar sem medo de decidir
Na sua intervenção perante os membros da Confederação do Turismo de Portugal, Pedro Nuno Santos insistiu na mensagem de que o país tem de avançar e não pode ter medo de decidir, dando como exemplo o novo aeroporto de Lisboa.
“Temos um aeroporto com uma pista esgotada, já tivemos 50 anos de debates com 19 localizações diferentes estudadas. Do que é que Portugal está à espera?”, questionou, dando a garantia de que não irá perder “nem mais um segundo”, por duas razões. “A primeira é a de que precisamos mesmo de avançar com o novo aeroporto o quanto antes; e a segunda é simbólica, porque precisamos de passar a mensagem de que o país tem de avançar e não pode ter medo de decidir”, declarou.
Sublinhando que qualquer que fosse a solução para o futuro aeroporto de Lisboa, a mesma nunca seria unânime e iria gerar sempre contestação, Pedro Nuno Santos vincou que essa capacidade de decisão é a mesma que norteou o plano de recuperação da TAP, lembrando que antes da pandemia, quando a gestão era privada, a empresa dava 100 milhões de euros de prejuízo por ano, e que agora dá lucro, faz encomendas junto de empresas nacionais num valor de 1,3 mil milhões de euros e é responsável por trazer para Portugal os turistas que mais tempo permanecem no país.
Resultados que falam por si e que motivaram ainda o líder socialista a deixar uma farpa à “incoerência” da direita, ao lembrar o exemplo da SATA, nos Açores, que foi também resgatada e com uma dimensão da intervenção, por parte do Governo Regional PSD/CDS/ PPM, suportado pela IL e pelo Chega, que correspondeu a 10% do PIB da região autónoma, enquanto no caso da TAP rondou os 1,5% do PIB nacional.
“Não estou a criticar a intervenção pública na SATA, mas nunca ouvi nenhum partido criticar essa operação. Nunca ouvi ninguém queixar-se. E até hoje não houve um único ano em que a SATA tenha dado lucro. Mas a TAP dá lucro desde 2022. A diferença é que aqui somos nós e nos Açores é a direita toda junta”, declarou.