“Não haverá mudança na Madeira sem o PS”, assegurou Paulo Cafôfo perante os jornalistas, em declarações proferidas à entrada da sede da estrutura regional socialista, no Funchal.
Sublinhando ser esta “a hora da viragem política” numa região autónoma governada há 48 anos pelo PPD/PSD, o líder do PS/Madeira afirmou-se confiante na possibilidade de formar um governo socialista nas próximas legislativas regionais antecipadas.
Cafôfo disse que o PS apresentará um “projeto diferenciador” com “ideias claras e concretas” para resolver os problemas dos madeirenses, indicando também que o partido pretende “envolver toda a sociedade civil” no sentido de apresentar “as melhores propostas”.
De seguida, confirmou que irá encabeçar a lista socialista que representará a verdadeira garantia de alternância no poder.
Isto porque, reforçou: “virar a página na Madeira significa optar por votar no PS”.
Já o voto no PSD “deixará tudo na mesma”, avisou, explicando que uma aposta em “partidos mais pequenos, como o CDS, PAN, Chega ou Iniciativa Liberal” não é solução, uma vez que, “na primeira oportunidade, vão juntar-se ao PSD e dar continuidade ao regime”.
O líder socialista lembrou ainda que “há muito por fazer na Madeira”, considerando urgente e necessário “respirar outro ar nesta democracia”.
Para isso, sustentou, “é imperativo que haja transparência, acabar com o conluio, os favorecimentos e os amiguismos”, além de outras medidas centrais para a região.
Neste ponto, Paulo Cafôfo defendeu uma baixa nos impostos da região, uma educação gratuita e de qualidade, melhor acesso à saúde e à habitação e uma transformação económica que possibilite empregos mais bem remunerados e salários mais justos.
A propósito da reunião da Comissão Política realizada ontem, Paulo Cafôfo referiu trata-se do “pontapé de saída para as eleições do próximo dia 26 de maio”.
“É a partir daqui que o partido vai estabelecer os critérios para a elaboração da lista e delinear a estratégia para as próximas eleições regionais”, clarificou, acrescentando que o desafio assumido pelo PS/Madeira passa pela apresentação de “um projeto consistente, capaz de conquistar a confiança dos madeirenses e porto-santenses”.
“E uma lista que possa representar o PS, mas, acima de tudo, que possa ser uma lista na qual os madeirenses possam confiar”, disse ainda Paulo Cafôfo, garantindo a mobilização e o empenho do partido.
“Os socialistas madeirenses estão com muita garra, muita energia e muita determinação” nesta causa que é “ser a alternativa à atual governação”, rematou.
Parlamento madeirense durou seis meses
A Região Autónoma da Madeira prepara já o segundo ato eleitoral em seis meses.
A 27 de março passado, o Presidente da República dissolveu a Assembleia Legislativa Regional, convocando eleições antecipadas para 26 de maio.
A decisão foi adiantada pelo líder do PS/Madeira e confirmada pelo chefe de Estado, após uma ronda de audiências na qual Marcelo Rebelo de Sousa ouviu os nove partidos políticos com assento parlamentar na região – PS, PSD, JPP, Chega, CDS-PP, PCP, IL, BE e PAN – e auscultou o Conselho de Estado.
O Governo da Madeira, de coligação PSD/CDS-PP, com o apoio parlamentar do PAN, está em gestão desde o início de fevereiro, na sequência do pedido de demissão apresentado pelo presidente, Miguel Albuquerque (PSD), constituído arguido no âmbito de um processo em que são investigadas suspeitas de corrupção no arquipélago.