Porfírio Silva, que intervinha no debate de urgência sobre educação, requerido pela Iniciativa Liberal, assinalou que “regressou, pelas mãos da direita, a campanha de que a escola pública é uma miséria”.
“A direita que usa este chavão revela, só por isso, um provincianismo atroz”, porque esquece que “o sistema público de educação em Portugal há mais de vinte anos participa em avaliações internacionais com os critérios, instrumentos e metodologias das avaliações internacionais”, que dizem que Portugal “tem vindo a fazer um progresso constante, consistente e notável” em literacia de leitura, de matemática e de ciências, sublinhou.
O socialista reiterou que “só o provincianismo atroz é que quer ignorar, por pura paixão política, os resultados das avaliações internacionais em que Portugal participa e que não somos nós que ditamos os resultados”.
O vice-presidente da bancada do PS referiu depois que “aqueles que deixaram andar e que agravaram” os problemas dos docentes e que “puseram fora da escola pública 30 mil professores”, andam agora a “berrar muito atrás de alguns cartazes” em manifestações. A esses, Porfírio Silva recordou que “quem se pôs ao caminho para resolver e mudar a situação foi este Governo e disso temos muito orgulho”.
Admitindo que os problemas de décadas não se vão resolver de um ano para o outro, o parlamentar garantiu que, para o Partido Socialista, “quem ensina e quem aprende são a causa máxima da escola pública”.
No final da sua intervenção, Porfírio Silva deixou algumas questões dirigidas às bancadas da direita: “O que é uma boa escola? Uma escola que escolhe os mais ricos para seus alunos, aqueles que têm famílias estruturadas em casa, aqueles que têm livros, têm cinema, têm teatro, têm explicações, têm tudo? Ou boa escola é aquela que escolhe os que têm menos recursos, menos apoio em casa, os que estão mais longe, os imigrantes, aqueles que têm piores condições socioeconómicas?”.
“A resposta dos liberais económicos é ‘salve-se quem puder, nós não temos nada que ver com isso’”, ironizou o dirigente socialista, assegurando que não é essa a escolha do PS.